quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Entrevista Comando Nuclear








1 - O Comando Nuclear já é uma das bandas mais respeitadas do Metal Nacional. Apesar de ainda não ter 10 anos de banda. Como vocês conseguiram esse sucesso todo?
Ron: Primeiramente agradeço a força e o elogio. Temos cerca de 7 anos de idade apenas, somos relativamente novos. Até acho que as pessoas mais indicadas para responder essa questão são aquelas que curtem o nosso som, que vão aos shows e compram nossos CDs, ou de alguma outra forma nos apoia de algum modo, pois são elas que nos movimentam. Se estamos tocando, fazendo shows e lançando discos é por causa dessas pessoas. A banda surgiu como hobby, diversão, e ainda hoje não deixamos essa mentalidade de lado. Claro que houve um processo natural de amadurecimento, começamos a nos levar mais a sério, principalmente quando se trata de shows, organização, viagens, mas não deixamos a essência de ser algo que fazemos por diversão de lado. Então acredito que muita gente acaba enxergando isso. Estamos nessa porque gostamos e nos divertimos. Isso acaba chamando a atenção, as pessoas percebem que somos, atualmente, apenas 5 caras fazendo o que gostamos, apostando num som que foi o início do metal brasileiro, em português, que é outro fator que contribui para tudo isso que tem acontecido conosco. Então acredito que a fórmula seja diversão mais ser verdadeiro naquilo que fazemos.
Rodrigo: Isso tem muito a ver com o fato de que realmente nos divertimos fazendo isso. Ninguém no Comando Nuclear pensa em ficar rico com a banda, não pretendemos viver disso. Talvez isso tire o peso da responsabilidade, fazemos simplesmente o que queremos. Não nos preocupamos em fazer determinada coisa para agradar, apenas nos divertimos no palco. Quando criamos alguma música, simplesmente sintetizamos todas as nossas influências para fazer algo que gostaríamos de ouvir. E esse clima de diversão acaba sendo percebido pelo público, que também quer se divertir conosco. O respeito é natural quando o trabalho é feito com honestidade, entende? Não pretendemos reinventar a roda, tudo o que queremos é tocar nosso som, o reconhecimento é conseqüência e ficamos felizes que estejamos conseguindo isso!


2 - Você Rodrigo Exciter e Ron Cygnus estão desde o inicio na banda. Recentemente o guitarrista Filippe Lawmaker deixou a banda por motivos pessoais e no seu lugar foi recrutado dois jovens talentos Éric Wurz e Rex. Como vocês descobriram os novos membros e o que diz do primeiro contato que teve com eles?
Rodrigo: Quando o Filippe saiu foi realmente um duro golpe para todos nós. Ele estava na banda desde o começo, e tocamos juntos há dez anos, desde o WarAge (que aliás voltou com sua formação original recentemente – a primeira formação, antes de eu e o Ron entrarmos. Espero que em breve vocês possam conferir o material deles, pois as músicas são excelentes e os caras são sensacionais!). O entrosamento musical com o Filippe era natural, ele é um grande compositor, criava riffs com extrema facilidade e, além de tudo, era o cara ‘pé no chão’ da banda. Se o Comando conseguiu um bom patamar de organização, boa parte disso se deve a ele, sem dúvida. Sua capacidade de administrar as coisas de forma coerente era fundamental. E ele acabou deixando a banda imediatamente após o disco novo ter sido lançado, então foi uma pancada dupla: Perder nosso guitarrista original e ainda ter que conseguir alguém rapidamente, pois o disco estava rolando e vários shows agendados. No meio desse turbilhão, saí para beber e acabei conhecendo o Éric num bar do centro de SP. Ele estava no meio de uma galera que conheço e comentei que o Filippe havia saído da banda e estávamos procurando guitarristas. Ele se interessou, começamos a conversar e naquela mesma noite já combinamos de agendar um ensaio. Eu disse que queria dois guitarristas, e ele comentou que tinha um amigo que tocava com ele há mais de cinco anos e que curtia nosso trabalho. Marcamos estúdio, eles tiraram cerca de cinco músicas em uma semana e não tivemos dúvidas de que eram os caras certos.


3 - Como esta sendo o convívio com eles? Já estão indo nos bares junto com vocês? (Risos)
Ron: Com toda certeza ! Eles são novos, ainda não bebem como a gente (rs). Mas aos poucos eles estarão dando prejuízo aos bares também (rs). Brincadeiras à parte, eles são ótimas pessoas, trouxeram sangue novo e deram uma grande impulsão para a banda. Não há nada melhor que termos membros que topam qualquer show, a qualquer momento, a qualquer dia e estão sedentos por tocar. Isso com certeza acaba sendo repassado pra nós, faz com que a empolgação de todos aumente. Então só temos elogios. Mas eles ainda não bebem como a gente, isso é fato (rs).
Rodrigo: Olha, beber como eu e o Ron não é para qualquer um hahaha! Eles são grandes caras, nos divertimos muito. Recentemente tocamos em Natal e foi só risada com eles, curtimos demais. O Éric é um cara centrado, professor de história, filosofia e sociologia, e costumamos bater muito papo sobre tudo o que você possa imaginar. E tem umas piadas tão ruins que é impossível não dar risada, hahaha! O Rex é um excelente garoto, espontâneo, e um grande músico também. Para ser honesto, hoje ele é o maior alvo das nossas sacanagens na estrada, hehehe... Quando procurávamos por guitarristas, não queríamos apenas caras que tocassem bem. O que buscávamos eram boas pessoas, caras que se encaixassem no perfil do Comando, que pudessem se divertir conosco.Costumo dizer que encontrar um bom músico em SP é muito fácil, o difícil é achar alguém que seja bacana para dividir uma van, um quarto de hotel, um camarim. Enfim, o convívio é excelente, tanto no palco quanto fora dele. O Ron comentou uma coisa outro dia que eu acho que define perfeitamente: Mais do que dois guitarrista, ganhamos dois amigos. E isso não tem preço.


4 - O Primeiro CD Batalhão Infernal lançado em 2004 foi um sucesso total. Com muito shows e todos os cds vendidos. Quais são as expectativas para o Guerreiros da Noite?
Rodrigo: Na verdade o ‘Batalhão Infernal’ saiu em abril de 2006. E curiosamente o ‘Guerreiros da Noite’ saiu em abril de 2011, e ambos no mesmo dia: 15. Exatos cinco anos, e não foi proposital! As vendas do novo álbum estão excelentes, superaram nossas expectativas. Em três meses já vendemos mais da metade das cópias, e olha que ainda fizemos poucos shows. Estamos realmente felizes com a receptividade da galera em relação ao álbum, todas as críticas foram positivíssimas e o pessoal já canta as músicas novas ao vivo, junto conosco!
Ron: Shows. Muitos shows. A primeira expectativa que temos é marcar o maior número de shows possível e em diferentes Estados e Cidades. Lógicamente queremos que o Guerreiros da Noite tenha boa saída, e por isso precisamos dos shows, divulgação, viajar, conhecer pessoas. No momento está tudo dentro das expectativas, até mesmo pela atual situação do mercado fonográfico de modo geral. Podemos dizer em que 2006 era mais fácil vender um CD. Mas está tudo dentro dos conformes, CDs estão sendo vendidos e shows sendo marcados. Se continuar desse jeito provavelmente daqui alguns meses teremos vendido todos, como aconteceu com o Batalhão Infernal, o que é ótimo, sem dúvida.


5 - Como foi o processo de composição das músicas do Guerreiros da Noite?
Ron: Basicamente o mesmo processo do Batalhão Infernal. Eu ou o Rodrigo chegávamos com uma letra, o Filippe (ex-guitarrista) chegava com algum riff, e íamos encaixando uma coisa na outra. Não tem segredo, era durante os ensaios e as músicas foram saíndo aos poucos e naturalmente. Encaixávamos riffs atrás de riffs, letras, bateria e a coisa ia fluíndo.


6 - Desde o lançamento de Batalhão Infernal (2006) e agora com o Guerreiros da Noite (2011), o próximo álbum não vai ser lançado só em 2016, não é? (risos)
Rodrigo: Que nada, um hiato desse tipo não é parte dos planos, hahaha. Ocorreu que tivemos vários problemas durante o processo de gravação do novo álbum. Nosso antigo baterista, Eric MadDog, saiu logo após finalizarmos as composições e antes de termos gravado. Então tivemos de recomeçar o processo todo com o Guilherme, que precisou entrar em estúdio conosco rapidamente (e deu conta do recado como ninguém!). Além disso houve o problema com a fábrica que ia prensar o disco. Enfim, acabou demorando mais do que esperávamos mas o resultado foi exatamente o que queríamos. E com essa formação atual tenho certeza de que iremos gravar algo novo logo, todos estão ansiosos para entrar em estúdio!
Ron: Não, com certeza não ! Prentedemos começar a compôr músicas novas o quanto antes, para quem sabe em 2012 estarmos com um disco novo em mãos. No mais tardar, levando em conta processo de composição, gravação e mixagem, 2013. Se demorar mais do que isso, acredito que não aguento. Na verdade, o certo seria dizer que não aguentaríamos, nem os membros novos(rs).


7 - Quais foram as dificuldades para esse segundo Cd ter saído apenas agora em 2011?
Ron: Um das dificuldade foi mudança de formação, com a entrada do Guilherme na bateria e a saída do Erick, o que nos atrasou um pouco. Tivemos que fazer alguns shows e ensaios com o Guilherme e isso nos tomou alguns meses. O processo de gravação também foi demorado, tivemos que parar em algumas épocas por causa de shows previamente marcados e também por causa de dinheiro, claro. Mas no geral, ficamos martelando muito nas músicas e na gravação, para sair o melhor possível. No final das contas, até mesmo um problema com uma empresa que faria a ponte entre a gravadora e o fábrica que prensou os CDs, contribuiu para essa demora. Mas acreditamos que ele saiu no momento certo, do jeito que queríamos., afinal, a idéia era não ter pressa mas lançar o disco o melhor possível.


8 - Desde o inicio da banda, a ideia era fazer um Heavy/Speed cantando em português? Teve alguma banda que os influenciou?
Ron: Na verdade, bem no começo mesmo, quando a banda ainda se chamava Enforcer, tocávamos cover de Loudness e Witchkiller. Mas logo em seguida, ainda mais com a formação que gravou o Batalhão Infernal estabilizada, resolvemos mudar o nome da banda e passamos a cantar em português. Com certeza temos nossas influências para que isso tenha ocorrido, principalmente Stress, Azul Limão, Taurus, Dorsal Atlântica, bandas participantes das coletâneas SP Metal, entre outras. Mas essas sem dúvida foram as nossas principais influências para começarmos a cantar em português. Quisemos, de alguma forma, resgatar e homenagear a época, o início do heavy metal brasileiro.
Rodrigo: E digo mais: Vejo na sonoridade do Comando Nuclear muito mais elementos do heavy/speed metal alemão e americano do que do metal nacional propriamente dito. Naturalmente as letras são em português e essa associação é natural, mas musicalmente eu vejo influências bem mais variadas.


9 - Hoje em dia temos bandas que fazem músicas em português também como Selvageria, Vulture, Claustrofobia. Você acha que com o passar dos anos o inglês vai deixar de ser unânime?
Rodrigo: Não, de forma alguma. Veja: Cantar em português deixou de ser um bloqueio, como era há sete, oito anos atrás. Quando nós, o Prellude e o Flageladör tocávamos, não eram poucas as casas de shows que recusavam a proposta por desconhecimento, e por mais que pareça absurdo hoje, muitos bangers ainda torciam o nariz para esse segmento, viam como uma coisa inimaginável de se fazer hoje em dia. Houve um crescimento considerável de bandas cantando em português, principalmente com propostas retrô, mas isso também é fase e vai passar. É um ciclo. O principal passo foi ter quebrado essa barreira e demonstrar que é possível fazer metal em português com qualidade e sem deixar nada a dever tem termos de sonoridade para qualquer outra banda. A maioria das gravações em português durante os anos oitenta ainda eram arcaicas – apesar de honestas e históricas, poucos álbuns eram realmente bem gravados. O inglês é predominante e continuará sendo, sem dúvidas. O que nos alegra é ter feito parte disso, de despertar em muita gente a curiosidade em conhecer as bandas antigas que cantavam em português e ser reconhecido por elas como responsáveis por essa volta. De certo modo, é um grande orgulho!
Ron: Não creio. O Claustrofobia mesmo possui a maioria de suas letras em inglês, que ainda é e sempre será a lingua universal. Além disso muita gente abomina heavy metal em português. Então acredito que o inglês nunca deixará de ser unânime. Sempre existirão mais bandas cantando em inglês do que português. Aliás, uma banda que começa agora e quer alcançar um cenário internacional, sem dúvida vai optar pelo inglês. Se for optar por outra língua, seria mais uma questão de gosto e ideologia, como nós.


10 - Falando sobre o Guerreiros da Noite que é uma homenagem ao filme Selvagens da Noite, certo?
Ron: Sim, sem dúvida. Todos amamos esse filme, a capa mesmo tem diversas referências. A letra, que foi escrita pelo Rodrigo, também é baseada no filme. Então foi uma homenagem às nossas madrugadas em que Cyrus falava: "Vocês sacaram isso ? Vocês sacaram isso ?" (com sotaque carioca - Risos). Sem dúvida um filme que marcou.
Rodrigo: Todos na banda são doentes nesse filme. E representa muito do que o Comando Nuclear foi em uma época: Caras na madrugada, saindo pelas ruas do centro e vendo o que aconteceria na esquina seguinte. É meio emblemático para nós, e tentamos captar um pouco daquela aura mágica do filme no conceito do disco.


11 - Em sua opinião, o que o álbum novo apresenta que não teve no Batalhão Infernal?
Ron: Variação, uma maior exploração de nossas influências. No Guerreiros da Noite colocamos mais elementos que curtimos, de um modo geral. Temos músicas mais rápidas, mais thrash, com a bateria mais veloz, assim como temos músicas mais tradicionais, com mais pegada. Então no Guerreiros conseguimos explorar mais ainda nossas influências de thrash, heavy e speed, fazendo com o que o álbum saísse com mais variações. Em uma música você tem um dedilhado, um começo lento, praticamente uma balada. Na outra você tem uma bateria e um pedal duplo destruíndo tudo. E na outra você já tem uma guitarra cavalgada, com melodias mais heavy. E daí na próxima você volta a ouvir elementos de thrash e speed, entende ? Então resolvemos explorar mais, deixar nossas influências nos guiar e saiu um disco com bastante variação e que mostra um pouco além do Comando Nuclear, mostra um pouco mais, mostra o que não mostramos totalmente no Batalhão Infernal. É a continuação, mas explorando mais os limites das nossas influências.
Rodrigo: Exatamente, é como o Ron falou. Tivemos mais tempo para trabalhar, mais experiência de palco e estúdio e isso permitiu que a gente pudesse explorar nossas influências com mais facilidade. E o resultado é um álbum mais completo, mais bem produzido e com mais variações dentro da nossa proposta. Fora a gravação, que nos agradou bastante, e a arte visual, que foi muito bem feita em cada detalhe.


12 - Vocês sempre fizeram grandes shows ao vivo, insanos e com uma interação banda/publico maravilhosa. Como estão sendo os shows com a nova formação?
Rodrigo: Cada vez melhores! Os novos guitarristas agitam demais ao vivo, passam essa empolgação para a galera. O Comando Nuclear sempre foi uma banda para ser assistir, não apenas para ouvir o CD. Você tem de estar lá para sentir o clima, entende? É muita vibração, nos empolgamos de verdade no palco. Cara, eu saio exausto dali! Nos dedicamos 100% nos shows, realmente nos entregamos por inteiro nas apresentações porque ali é nosso lugar, é do palco que gostamos. Tem que ser pura energia, cara. Ou você sobe no palco de corpo e alma ou é melhor ficar em casa!
Ron: Os shows estão sendo ótimos, muito positivos, com uma energia muito grande do público. Isso acaba sendo transmitindo para nós no palco. É uma troca de energia muito grande. A nova formação, sem dúvida, está coesa e cada vez mais entrosada. O som está cheio, forte, vigoroso. E o público sente isso. Não há desânimo, é agitar do começo ao fim. Então sem dúvida estamos em um momento muito bom, sedentos por shows e dando o sangue em cada música executada, e o público está correspondendo ao máximo. Está ótimo !


13 - Quais foram as inspirações para as letras de Guerreiros da Noite?
Ron: Filmes como a Guerreiros da Noite, história como a Reféns do Silêncio, guerra como a Matar Ou Morrer, terror como Presas do Mal, personagens mitológicos, como a Lilith na letra Princesa Infernal (que ainda tem gente que jura que escrevi para alguma garota), o próprio heavy metal como na Unidos Pelo Metal, enfim, escrevemos sobre o que gostamos e nos identificamos. Não temos essa de passar uma mensagem política ou conscientizar para determinada questão. É diversão, heavy metal e álcool !


14 - O que podemos esperar do Comando Nuclear para os próximos meses?
Ron: Muitos shows, sem dúvida. Shows, divulgação do CD e viagens. Temos alguns marcados como em João Pessoa, Natal, Rio de Janeiro, Campo Grande e alguns quase confirmados como Fortaleza. Então nos próximos meses estaremos na estrada. E quem sabe, entre um show e outro, começar a composição de novas músicas.
Rodrigo: Shows, shows e mais shows!


15 - Vocês tiveram um problema com o selo responsável pela prensagem do álbum que Censurou a fabricação do Material, alegando que vocês estavam fazendo apologia a violência. Como foi esse momento delicado para o Comando Nuclear? Em algum momento você pensou em desistir de tudo?
Ron: Na verdade tivemos problema com a empresa que cuidaria da burocracia entre o selo e a fábrica, a empresa que prestaria o serviço de assessoria. Depois de pago e já encaminhado, essa empresa que não mais citarei o nome, alegou que não poderia mais cuidar do nosso CD pois ela não prestava serviços para bandas que faziam "apologia a sacrifícios humanos e à violência". O maior problema nisso é que perdemos pelo menos 6 meses, pois o selo teve que ir atrás de outra empresa, enviar novamente o CD, encarte, cuidar das papeladas, entre outras coisas. Desistir a gente não desistiria, nunca. Depois de tantos meses gravando, lançaríamos o disco nem que fosse com o nosso dinheiro, sem dúvida. Mas fica a lição de procurar saber mais sobre a empresa que você contrata o serviço, para não cair na mão de preconceituosos e de pessoas que não sabem identificar a letra de uma música como algo fictício, como uma história.
Rodrigo: Esse problema foi realmente terrível, nos deixou putos com tudo o que aconteceu. Mas jamais pensamos em desistir disso, sequer cogitamos essa possibilidade. Nós ‘somos’ isso, entende? O Comando Nuclear já faz parte da vida de cada um, não imagino eu e o Ron sem a banda.


16 - Para os fãs do Comando Nuclear, gostaria que vocês fizessem um breve comentário sobre as músicas do novo CD:

L11705 (Instrumental)
Rodrigo: Bem, a intro é auto-explicativa. Confiram e vão entender, hehehe

Unidos Pelo Metal
Ron: Uma das mais antigas do disco e também uma das mais rápidas, com riffs cortantes e um refrão que todo mundo canta. A letra fala sobre a união no metal contra tudo e todos. Temos a participação do Armando do Flageladör e do Gustavo do Selvageria.
Rodrigo: Essa música foi composta antes mesmo do ‘Batalhão Infernal’ ser lançado. Faz parte do nosso setlist há cinco anos, e desde o começo já sabíamos que ela abriria o novo trabalho.

Princesa Infernal
Ron: Outra música bem rápida, com um rifferama inicial bem legal. A letra fala sobre Lilith, aquela que teria sido a primeira mulher criada e que se rebelou, parando nos círculos infernais e virando amante de diversos demônios. O refrão possui uma melodia que gosto muito, realmente gruda na cabeça.
Rodrigo: Ao vivo essa é uma das músicas mais rápidas que executamos!

Guerreiros da Noite
Ron: Música título, também bem rápida e agressiva. Há muita variação de voz aqui, sobretudo no segundo e quinto esfrofe. O refrão também possui uma melodia que gruda. A letra é uma homenagem ao filme The Warriors - Selvagens da Noite.
Rodrigo: Nos shows a galera se empolga bastante com ela. É uma das minhas prediletas, com riffs cheios de notas ‘soltas’, bateria com uma puta pegada e uma letra que eu gosto bastante.

Ritual Satânico
Rodrigo: A base dela foi a primeira música que fiz na vida, no violão, quando era adolescente. Sempre pensei em usar de alguma forma, e fico feliz que tenha rolado numa música tão forte. Nos shows, é uma das mais pedidas. E a intro dela eu fiz sampleando diversos trechos de filmes de terror, tentei dar um clima mais H.P. Lovecraft, de quem sou fã incondicional.
Ron: Sem dúvida a música mais tradicional que já fizemos. Muitos citam influências de Iron Maiden. Muito provavelmente porque é uma música com riffs cavalgados e tem uma melodia de voz no meio que realmente lembra. A introdução foi feita pelo Rodrigo e ficou muito bom, com um belo clima de horror, justamente o que música pede. Uma das preferidas do pessoal. A letra fala sobre SACRIFÍCIOS HUMANOS, ha ha ha.

Reféns do Silencio
Ron: Outra música bem rápida, com uma introdução fantástica de bateria e guitarra. O riff é bem cortante e violento. O vocal também é mais rasgado, em sua maioria. O que eu mais gosto nela é que apesar de ser bem rápida, quando chega no refrão há uma quebrada de tempo, a música se torna mais heavy. Essa quebrada é o segredo da música, muita gente citou esse refrão como um dos preferidos do disco. A letra fala sobre a guerra, sobre um exército que luta porque não possui escolha, seus líderes não deixam escolhas, eles não podem ir contra, falar, reclamar, pois seriam acusados de traição, enfim, são os reféns do silêncio.
Rodrigo: E essa foi a última contribuição do Eric MadDog com o Comando, ele ajudou bastante na composição dessa faixa.

Sombras do Passado
Ron: Essa música começa bem lenta, com dedilhado, vocal mais limpo no início, ou seja, é bem diferente de tudo que já fizemos. Depois ela fica mais rápida, mas continua sendo uma música que tem mais pegada do que rapidez. Essa é uma das minhas preferidas para cantar, tem um sentimento enorme por trás. O refrão também é bem marcante e muita gente veio falar que é a música preferida. A letra fala sobre deixar os problemas do passado para trás, de viver positivamente, deixando as coisas ruins de lado e seguindo adiante.
Rodrigo: Cara, você precisa conferir essa música ao vivo (já tem alguns vídeos dela no Youtube). Os novos arranjos que os guitarristas colocaram ficaram sensacionais. Ela arrepia!

Corrompidos Pelo Ódio
Ron: Essa música quase ficou de fora do disco. A incluímos de última hora e com certeza fizemos o certo, pois se trata de uma música rápida, empolgante e com um refrão muito marcante. Depois que gravei fiquei dias e dias com o refrão na cabeça. Não era raro eu acordar cantando-o. A letra fala sobre guerras também e é de época, retrata mais uma batalha medieval. Fiz a letra pensando nos Visigodos e outros povos antigos.
Rodrigo: Porrada pura! Porra Ron, como é que quase deixamos essa de fora? rs

Presas do Mal
Rodrigo: Essa música tem riffs ótimos, diferentes do que usamos habitualmente. Gosto muito dela, principalmente da bateria e dos vocais rasgados.
Ron: Talvez a música mais violenta do disco. Riffs rápidos, bateria e baixo à milhão e vocal rasgado. Também uma das que demorarmos menos tempo pra gravar. Se não me engano gravei o vocal em 2 takes apenas. A letra fala sobre uma das minhas paixões: vampiros. (deixo claro que minha praia não é Crepúsculo - risos)

Matar ou Morrer
Ron: Eu amo essa música. Uma das mais legais de cantar. É uma música mais heavy, com bastante pegada, com um solo bem marcante no início e uma boa variação no vocal entre a base e a ponte. O refrão, sem dúvida alguma, é um dos mais, senão for o mais, marcante que fizemos. Uma outra parte que eu gosto é depois do segundo refrão. Adoro a continuação, com as notas de vocal bem lá em cima, sustentadas. Gostei muito do resultado final. Sem dúvida uma das partes que eu mais curto de todas as músicas do Comando Nuclear. A letra fala sobre a guerra, sobre os líderes não se importarem com o povo, somente com eles mesmos, causando morte e destruição de pessoas inocentes.
Rodrigo: Cadenciada na medida certa. Gostamos de explorar isso, e fomos ainda mais fundo do que havíamos feito em ‘Capital da Luxúria’. Apesar de não ser rápida, a galera gosta bastante dela nos shows, o refrão é pegajoso e o andamento é bem legal.

Mestre das Mentiras
Ron: A música que fecha o disco e também a mais 'hardcore'. É simples, rápida, direta e muito bem aceita ao vivo. Essa e a Presas do Mal competem em termos de velocidade. O refrão é marcante também, apesar de não ter muita melodia. A letra é baseada em Loki, o Deus da Trapaça nórdico.
Rodrigo: Temos fechado alguns shows com ela e tem sido fantástico!


17 - O Comando Nuclear sempre teve algumas histórias bem hilárias durante os shows, viagens. Etc Gostaria que cada um pudesse contar uma dessas fábulas. (Risos).
Ron: Em Juiz de Fora, depois de um show, estava no hotel dormindo quando os caras chegaram e resolveram aprontar comigo. Pegaram um pedaço de papel, colocaram na minha mão e atearam fogo. Acordei com a minha mão queimando (não chegou a queimar de verdade, mas ardeu), levei um susto enorme e joguei o papel no chão. Detalhe: o chão era de madeira e o bendito caiu dentro de um buraco que havia. Tivemos que colocar a mão lá dentro e pegar a folha queimada antes de começasse a pegar fogo no quarto inteiro. Tenho muitas outras histórias, mas muitas são impublicáveis e poderia trazer problemas para os envolvidos (rs).
Rodrigo: Nossa cara, já aconteceu muita coisa! Me recordo de uma em que estávamos viajando ao Rio para tocar. Tínhamos alugado um ônibus que não foi nos buscar, dormimos 50 pessoas num estacionamento. Conseguimos alugar outro, que mal tinha assoalho, e enquanto eu estava dormindo o pessoal começou a jogar pedras enormes de gelo um nos outros, até que um antigo roadie nosso jogou uma pro alto, que se partiu no teto do ônibus e caiu um centímetro abaixo do meu olho esquerdo. Fez um puta corte feio, sangrou muito e fiz o show com um olho fechado. Tenho a cicatriz até hoje! Teve outra vez que tocamos no interior e a banda voltou pra SP, mas eu fiquei na cidade bebendo com uma galera num mirante, no meio do mato. Fomos expulsos a tiros por um sitiante! Rolou um problema indo a Londrina, com o Selvageria. Estávamos em 40 amigos no ônibus, parece que alguém (lá, lá, lá...) inventou de colocar a bunda para fora da janela. E o sortudo fez isso bem em frente a um posto policial. As viaturas nos perseguiram na estrada, tivemos de parar, os policias entraram no ônibus... Bom, no final tudo deu certo, depois de um belo bate papo com a polícia, que nos escoltou até sairmos dos limites da cidade. Ah, nessa mesma viagem um amigo nosso desceu para ir ao banheiro de um bar no meio do nada e o esquecemos lá! Pior é que ele estava sem carteira nem celular, tudo tinha ficado no ônibus. E como a estrada era estreita, não tinha como fazermos o retorno para buscá-lo. Não sei como ele conseguiu uma carona, ultrapassou o ônibus um quilômetro depois e acenou para pararmos, hahaha! Em Cuiabá, pegamos um ônibus para ir a um bar e o nosso antigo batera não tinha grana pra pagar a condução, mas o cobrador o deixou descer pela frente porque tinha um pôster com a nossa foto no ônibus, hahaha! Já rolou de tudo, cara. O Ron já foi confundido com um cantor de forró no avião, já fomos confundidos com argentinos no nordeste, tocamos em galpões de escola de samba, em uma galeria de arte, num puteiro (com as putas dentro), num centro acadêmico... Uma vez, tocando com o Toxic Holocaust em Minas Gerais, ficamos hospedados num hotel onde estava rolando um exercício do exército, e o banheiro ficava do lado de fora do quarto. A todo momento passavam homens com metralhadora, e a gente tocando a maior zona por lá. Cara, tem muita história... Isso é papo pro boteco, hahaha!


18 - Recentemente vocês tocaram na segunda edição do festival Tatuí Metal Strike, como foi o show e a receptividade da banda aqui em Tatuí?
Ron: Foi o nosso primeiro show com a nova formação e foi excelente. Esse show foi a prova de que a formação atual é a certa para continuarmos. A receptividade foi ótima, com as pessoas cantando as músicas mais conhecidas e agitando as músicas mais novas e cantando também como se a conhecessem há tempos. Sem dúvida um excelente começo para a nova formação, em um ótimo lugar e estrutura. Só temos que agradecer a oportunidade e a força de todos os envolvidos e do público que compareceu.
Rodrigo: Sensacional! Foi um evento animal, muito bem organizado. Estrutura excelente, galera animada e muita ansiedade da nossa parte para estrear a nova formação. Tudo correu perfeitamente, o público estava empolgado e cantou conosco praticamente todas as músicas! Sem dúvidas foi a melhor forma de cairmos na estrada novamente. E queremos voltar logo!


19 - Eu sei que essa é uma pergunta difícil por conta que vocês tem muitos amigos dentro do cenário metal. Mas gostaria de saber com quais bandas que vocês gostariam de tocar em um festival?
Rodrigo: Temos sorte de já ter tocado com muita gente boa. O Comando já teve a oportunidade de dividir o palco com lendas como Possessed, Omen e Tankard, além de grandes bandas nacionais como Torture Squad, Krisiun, Golpe de Estado, Made in Brazil, Taurus, Stress, Vírus, Salário Mínimo... Fora as bandas de amigos, claro. Acho que as apresentações mais memoráveis que tivemos foram ao lado do Flageladör, Selvageria, Leatherfaces, Blasthrash, Kremate, Clenched Fist, Panndora, Em Ruínas, Apokalyptic Raids, Bywar, Sodomizer, Farscape, Fire Strike, King Bird, Dominus Praelli... Acho que por vários desencontros, não conseguimos tocar com o Violator ainda. Sempre que estão por aqui nós estamos fora, e vice versa. Já cheguei até a subir no palco com eles pra cantar alguma coisa, mas nunca fizemos um show juntos. São grandes caras, gosto muito de conversar com eles e é a banda mais energética do Brasil ao vivo.
Ron: Acredito que todas as bandas que gostaríamos de tocar já tocamos. Grandes amigos como Selvageria, Flageladör, Blasthrash, Fire Strike, Em Ruínas, até mesmo Stress. Mas tem 2 bandas que eu gostaria de tocar que ainda não tivemos a oportunidade: Violator e Azul Limão. Violator por ser uma excelente e pela grande camaradagem, os caras realmente são incríveis. Azul Limão pela influência e também pela simpatia. Conversamos com eles em um show que fizeram em SP e nos pareceram ótimas pessoas. Quem sabe um dia a gente não consiga fazer esses shows juntos.


20 - Existe alguma possibilidade fazer um Dvd do Comando Nuclear? Mostrando filmagens dos shows antigos e recentes, vocês no backstage, na estrada, etc etc
Ron: Com certeza existe. Inclusive nos próximos shows estamos vendo a possibilidade de gravarmos com empresas profissionais, exatamente para termos materiais para um futuro lançamento. Não tenha dúvida, vontade existe. Só falta a parte lógica da coisa, ou seja, gravações realmente boas para isso.
Rodrigo: Eu tenho bastante material do Comando gravado, mas a maioria não tem qualidade boa o suficiente para lançar como oficial. Existem poucas gravações de estrada e backstage, a maioria é ao vivo, mas pretendemos lançar algo sim, sem dúvidas. Dia 09/10 gravaremos um show no Rio de Janeiro com três câmeras e áudio da mesa, então será uma boa oportunidade para coletarmos material. O que precisamos é de uma handcam para gravar a banda na estrada!


21 - Obrigado Rodrigo e Ron pela entrevista no mais novo Blog de Entrevistas sobre o Metal Nacional. É uma honra poder estar começando agora um novo projeto podendo divulgar mais as bandas e nada como ter amigos como vocês participando.
Para finalizar gostaria que vocês deixassem uma mensagem para os fãs do Comando Nuclear e desde já agradeço pela entrevista e desejo muito sucesso para o Comando.
Ron: Ôpa, nós que agradecemos a oportunidade, desejamos toda a sorte e sucesso para você, Wagner. É um prazer participar do blog. Para os fãs gostaria de agradecer a imensa força de sempre, não há dúvidas que somos movidos por vocês. Amamos o que fazemos, mas se não existissem pessoas que nos apoiassem certamente não estaríamos com esse gás que estamos, com essa vontade de tocar, gravar e destruir tudo (rs). Sem dúvida é uma troca de energia, nos shows, nos elogios, no apoio, nas entrevistas que concedemos, enfim, tudo faz parte. Nós vemos na estrada, muito obrigado.
Rodrigo: Valeu mesmo pelo espaço e pelo apoio que você sempre deu ao Comando, Wagner! Sem dúvidas você é um dos caras que mais nos apoiou, desde o princípio. E quero agradecer também à galera que sempre nos dá uma força, que apoia o Comando Nuclear e nos dá energia e sustentação para continuarmos. Fazemos isso porque gostamos, mas não tem nenhum sentido fazer isso sem vocês. Agradeço de verdade e espero encontrar cada um que está lendo isso nos shows, para curtirmos juntos e tomar muita cerveja!


Contatos:


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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Entrevista com Ricardo Menezes





Abro espaço em meu blog para entrevistar meus amigos que vivem intensamente metal igual eu. É uma forma de poder homenagear grandes amigos que fiz ao longo desses 15 anos curtindo Heavy Metal e nada mais justo fazer algo para fortalecer ainda mais a cena do Metal Tatuiana e poder mostrar um pouco mais o dia a dia de como é ser Headbanger nesse País. A primeira entrevista é com uma pessoa polêmica na cidade, tem uma personalidade forte, muitas pessoas tem inveja dele outras o odeiam. Esse é meu amigo Ricardo Menezes.




1 - Quais são os motivos que levou a muita gente não gosta de você aqui na cidade de Tatuí? 
Você poderia me dizer?
Esse já é um antigo problema, mas que vem diminuindo com o passar do tempo. Começou há muito tempo, com brigas bestas por motivos idiotas. Por causa de estilo de som,
visual, amizades tortas. Por não conviver muito com o pessoal nas ruas, bares e tal, alguns me consideram como "falso". Que não curto som. Por ser um cara mais fechado e
reservado, não tenho costume de ficar muito em lugares públicos. Tive minha fase de moleque que vivia por aí, bebendo e tal (e quem não teve? Alguns tem isso até hoje),
mas com o passar do tempo, algumas coisas foram mudando para mim. E aquele estilo de vida foi perdendo um pouco a graça pra mim.
Eu tenho um lance de não curtir muito esse negócio de "irmão". Que muita gente vem trocar idéia com você (ainda mais depois de algum show), querendo ser seu amigão e uma
semana depois, já nem lembra quem você é. Então, essa história de ficar distribuindo sorrisos e simpatia pra todo lado não é muito comigo.
Educação é uma coisa. Falsidade já passa dos limites pra mim. Então, por ter um pensamento um pouco mais "radical", digamos assim, muita gente não gosta de mim aqui na cidade.
Mas foram muitas coisas que aconteceram na minha vida (inclusive com muitos "irmãos" do black metal, recentemente com mais um idiota desses) que me fizeram pegar realmente certo
desgosto em ter qualquer um que veste uma jaqueta/colete com patchs de bandas, como amigo. Até por causa de namorada, acredite se quiser.
E apesar de ser um pouco mais tranquilo com relação a isso, hoje em dia, ainda não consigo ter esse modo de viver. Simplesmente, não funciona pra mim.


2 - Sabemos que você passou algumas épocas escutando gothic, outras black metal, depressive entre outras. Qual a sua fase atual?
Acho que no momento, estou na fase mais eclética da minha vida. Eu ando escutando muita sonzera diferente. O Gothic eu ouço pouquíssimo hoje em dia. E não por desprezo ou por
achar ruim. Mas não se encaixa mais no meu cotidiano, nos meus pensamentos. Meu player tem em torno de umas 10 mil músicas. Boto no aleatório e vou variando muito. No entanto,
um estilo, que é novo para mim, tem se destacado muito, chamado Shoegaze. Provavelmente, muitos já devem ter conhecimento sobre o estilo, mas para quem não conhece, vou dar um
exemplo bastante conhecido: Alcest. Shoegaze trabalha uma linha de música muito suave, geralmente com violões, guitarras limpas, sempre retratando alguma perda, alguma dor muito
grande, isolamento e sentimentos do tipo. Porém, não me restrinjo a um estilo. Gosto de ouvir de tudo, para pegar diferentes influências. Até trilhas sonoras de alguns jogos, gosto
muito de ouvir. Trilhas sonoras de filmes. Depois de muita coisa pelas quais passei, conhecendo a fundo o que é estar na pior, voltei de tudo isso com uma mente bem mais ampla e aberta
para estilos musicais. Prefiro não me rotular como black, death, trash ou coisa alguma. Minha fase atual, é conhecimento. E tem sido, de todas, a que mais tenho desfrutado, pois tenho
conhecido MUITA coisa nova e me tem feito muito bem.


3 - Qual a sua opinião sobre o Satanismo?
Satanismo, é como qualquer outra religião. Tem seus momentos para cultuar, suas "regras", deveres e toda essa putaria das religiões. Quando bem mais novo, me interessava muito pelo
tema e pelo satanismo mesmo em si. Inclusive, na minha fase mais Black Metal (tempinho foda do capeta) buscava muito a respeito. Porém, assim como eu nunca me enquadrei em ficar
seguindo ordens, tendo que fazer isso e aquilo, em função de agradar um "Deus" nas igrejas, também não tive saco pra ficar nessa com o Satanismo.
Se me perguntam pra que lado eu vou: pra cima ou pra baixo, facilmente lhes digo que eu PENDO para baixo. rs Mas não faço disso a coisa mais importante na minha vida. Faço meu caminho,
sempre tomando as decisões que julgo corretas e melhores. E acho que é o mais certo a se fazer. Pois tem tanto idiota com uma bíblia debaixo do braço, indo pra igreja em domingo, mas
que hora ou outra, vai ali no bar encher a cara, vai dar uma puladinha de cerca com a vizinha baranga, ou no pior dos casos, vai lá e mata uma pessoa.
Exemplo muito simples disso tudo, é eu e meu irmão. O cara virou cazaca de religião, até estacionar como Testemunha de Jeová. Meu, o cara seguindo toda essa doutrina religiosa e tal faz 
muito mais merda na vida e no trabalho, do que eu, seguindo o que eu julgo correto, fazendo de mim, meu próprio Deus. Que acredito que todo ser humano deveria pensar de uma maneira 
parecida. Assim como qualquer outra religião, quando a pessoa se torna fanática, vira um porre. Satanismo é igual.


4 - Você é um dos melhores bateristas de Tatuí, gostaria de saber desde quando você toca e quais foram as suas influências?
Primeiro de tudo, fico realmente lisonjeado, muito embora não me considere nada disso. Temos vários outros grandes talentos na cidade, com os quais eu aprendo muito até hoje. Mas é uma honra.
Eu toco bateria desde que tinha 11 anos. "Ganhei" o primeiro kit da minha vida (digo "ganhei", porque uns anos depois paguei tudo que foi gasto) quando tinha 11 anos. Meu interesse pelo
instrumento já vinha de muito tempo atrás. Desde que estudei piano no conservatório aqui de Tatuí com 7 anos de idade. Chegou um ponto que simplesmente apertar as teclas do piano já não
resolvia mais pra mim. E comecei a querer bater nelas. rs Mas foi uma batalha pra conseguir esse kit, que por sinal, era um bem vagabundo de tudo, mas foi o pontapé inicial. Tive que
conversar, convencer, chantagear e tomar muito toco do meu pai pra ele finalmente comprar pra mim. Meu irmão queria tocar baixo, e ganhou o baixo e cubo. Meu pais quis tocar saxofone, foi lá
e comprou o sax. Só eu queria tocar bateria e não tinha o instrumento. Esse foi um dos argumentos mais fortes que usei e que deu muito certo. hehehehe Depois disso, fui eu mesmo me virando
com a bateria e as bandas.
Influências como baterista é algo bastante complicado de dizer. Porque peguei de influência tudo que eu ouvi no começo disso tudo, da minha "vida musical". Porque até então, eu só curtia.
A partir do momento que comecei a FAZER também, mudou muita coisa. Que eu me lembro de ter ouvido muito naquele tempo, foi Therion (o album Theli), Krisiun (sempre, né), Necromancia (a única
música que tinha deles, gravado numa fita VHS, porque não tinha esse acesso fácil pra conseguir mais material da banda), Samael (album Ceremony Of Opposities), Pantera (qualquer som deles),
uma banda argentina chamada Horcas (Muerto en la calle, lembro até hoje o nome da música) e claro, assim como para muitos, foi para mim também: Metallica. Lembro de ver aquele Lars tocando
e não ficando quieto no banco da bateria e eu ficava maluco também! Até que hoje em dia, quando toco, também não consigo ficar muito quieto no banco da batera. rs
Que eu posso dizer que me influenciaram lá no começo, acho que são essas bandas. Com o passar do tempo, muitas novas bandas surgiram para mim. Algumas novas bandas para mim, que de novas
não tinham nada. Fui conhecendo aos poucos. Você, assim como muitos sabem, apesar de ter ouvido muito, não tomo como influência os grandes nomes do metal, tal como Iron Maiden, Kreator,
Testament, Judas Priest, Saxon, Accept, entre outros. Apesar de respeitar e MUITO, nunca foram grandes influências para mim. Sempre procurei coisas diferentes. Fora do que as massas gostam.
E acho que esse também foi mais um motivo que se encaixaria na primeira pergunta desta entrevista.
E aproveitando que estamos falando disso, gostaria de deixar só uma mensagem:
"Other bands play... Manowar is gay!" Sim, eu DETESTO Manowar. Pra mim, um monte de homem de calça de couro, com a bunda de fora e que se intitulam "Kings of metal", não presta.


5 - Quais bandas você ja tocou e toca hoje em dia?
Será que eu lembro de todas?
Começando há 12 anos atrás (em ordem cronológica): 
One Way: Heavy Metal
Anorexia (essa nunca teve um nome definitivo): Somente covers dos clássicos do Heavy Metal
Asgard Spirits: uma banda que começou por todos serem amigos, e quase acabou em pancadaria rs, banda cover também
synchrony Seven: idéia de fazer covers de Lacrimosa entre outras bandas diferentes, mas o repertório acabou sendo o mesmo das outras bandas que já tinha tido
Overture: Power/Melodic Metal (apesar de odiar o estilo, aceitei o desafio, mas durou muito pouco)
Soturnia: Heavy Metal (essa banda me marcou muito)
Thy Blasphemy: Black Metal (um dos momentos mais fodas que já vivenciei)
Imopectore: Gothic Metal
Taenarius: Black Metal
VodkaJoe: Covers dos clássicos do Rock (Atual)
Pethallian: Heavy Gothic Metal (mais pra Heavy do que Gothic) (Atual)


E uma que tenho desde o início disso tudo, que se chamava Satan's Guide. Um projeto solo que eu tenho há anos, com 1 cd gravado. Recentemente, foi trocado de nome para: Soul's Guide.


6 - Algumas de suas atitutes na vida são baseadas pelo seu sentimento?
Posso dizer que a maioria das minhas atitudes são baseadas pelo meu sentimento. Apesar de hoje em dia tratar minhas atitudes com mais frieza e vendo com mais razão e menos emoção.
Eu costumo dizer que tenho um coração de poeta. Tudo que é bom, é ótimo. E tudo que é ruim, é péssimo. Os sentimentos amplificam tudo que se passa. E em certos momentos, torna-se impossível
não trazer isso pro dia-a-dia. Ouvindo uma música que me dá vontade de sumir e me isolar, ou alguma que me dá muita força. Isso sempre acaba influenciando na minha vida.


7 - Sabemos que você toca em uma banda chamada VODKAJOE de Rock/Pop. Existe algum preconceito por você fazer parte dessa banda dos seus inimigos e até amigos?
Com certeza, sim. O pessoal do VodkaJoe são meus amigos há muito tempo. Muito tempo mesmo. Mas, como é de praxe aqui em Tatuí as pessoas quererem cuidar da vida dos outros, sempre teve aqueles
que ficam com esses papinhos idiotas por eu tocar numa banda de Rock/Pop. Amigos não ligam muito. Só tiram sarro, por eu ser um cara totalmente Metal, cabeludo, com tatuagem e só ouvir as porradas
que ninguém da banda gosta. Eu já dei muita bola pra esses comentários idiotas dessas pessoas. Mas hoje em dia, não dou a mínima. Subo lá no palco, faço minha parte bem feita, curto com meus
amigos e já era.
Até festa de casamento nós temos tocado ultimamente. O Metal é algo que eu nunca vou abandonar. Jamais! Mas tocar ganhando bem, comer e beber a vontade e DE GRAÇA... ah, vale a pena tocar os 
pops, em vista de que tocar o som que gosto de fazer, só dá prejuízo. E mesmo assim, continuo. Com prejuízo ou sem. É a minha verdade. É o que eu sou. E isso eu nunca vou abandonar. Não importa
o quanto a outra opção me dê mais conforto e tranquilidade.


8 - Voce concorda que tem que tocar outros estilo para ganhar dinheiro?
Concordo que é VERDADE. Mas não que é CORRETO. Pois, apesar do cenário Metal no Brasil estar crescendo cada vez mais, ainda é lamentável a situação que muitas bandas tem que passar. Principalmente
nas cidades interioranas.
O que eu vejo é um monte de gente querendo "curtir", mas não querendo ajudar. Um monte de gente querendo encher a cara, e não realmente curtir um festival, um show. Isso é triste.


9 - Ja pensou em viver de banda?
Quem não gostaria? Até quem não toca instrumento algum, adoraria viver aquele sonho americano de viver de banda. Ganhar muita grana, fazer muitos shows, ter as gatinhas aos pés, dar autógrafos e 
todos os luxos dessa vida. Só que eles não sabem do duro danado que você tem que dar para viver disso. Ainda mais, vivendo aqui no Brasil. Não sabem que as vezes, você pode até ficar sem ter o que
comer! Do quão podre é por trás da glória e da fama. E principalmente, e isso conta muito pra mim, o fato da coisa que eu mais amo, que é música, se tornar trabalho. Obrigação. E a partir do momento
que vira TRABALHO, deixa de ter aquela magia e prazer em faze-lo. Então, eu até gostaria sim de fazer vários shows, turnês e tudo mais. Mas não sei se valeria a pena, por ter que conviver com todo
o lado podre e nojento da indústria da música.


10 - O que você acha da cena tatuiana de Metal?
Bom, sou meio suspeito para falar, pois não visito muito os lugares onde o pessoal se reúne ou se encontra por aqui. Pra mim, Tatuí é um pouco dividido. Tem grupinhos aqui e ali, que não se juntam
com o outro restante. Talvez agora me odeiem mais ainda, mas é a verdade que vejo da cidade onde moramos. O que eu vejo aqui da cena, é muita gente que confunde as coisas. Confunde curtir som com
fazer merda. Tem gente que veste uma camisa de banda e não sabe nada a respeito dela. Dar importância para isso é algo que eu já abominei. Mas em tratando-se da cena de uma cidade, isso é algo que
faz diferença. Eu já vivenciei cenas de gente mais velha que eu, cantando alguma música perto de mim, mas sem se quer saber a letra. Querendo mostrar que sabe do som, mas não sabe de verdade. O que
eu acho errado, pois se você não conhece, tudo bem. Ninguém nasce sabendo tudo. Mas me irrita gente que não sabe do que se trata o negócio, e quer pagar de foda pra cima dos outros. Já tive o
imenso prazer de zoar um idiota que veio querer me intimar de uma camisa de banda de black metal. Mas detalhe: a banda era minha. Nunca vou esquecer da cara do babaca chegando em mim e falando:
"Dahora, hein! Que que você curte deles?"
Isso sem contar algo que é muito comum por aqui, que é a pessoa na sua frente te cumprimentar, se fazer de seu amigo, mas virando as costas, te ataca, fala mal de você, 
de sua banda e por ai vaí. Isso destrói minha esperança nesta cidade, infelizmente.
Lógico que tem muitos por aqui que eu sei que vivem isso e lutam por esse ideal em comum. 
Junior (Jr Tekken Lord), Marcão, Camilo, Fernandão, você mesmo (Barba), Loiz, Rafael Monteiro, Marcelo Almeida, isso falando dos que eu conheço. Me arrisco a dizer que CENA MESMO, não tem aqui. 
Existem as pessoas. Mas cena... não.


11 - Você trabalha como Despachante e seu visual gera receio por parte do publico que vai ao seu estabelecimento. Como as pessoas reagem quando te veem? o Seu visual alguma vez atrapalhou o seu serviço?
Hoje em dia, até se assustam, mas é mais com a altura e com o tamanho do meu cabelo. rs Mas eu já tive sérios problemas com o meu visual em questão de trabalho. Porque antes eu pesava muito no meu
visual. Anéis, correntes, coturno, até as unhas eu pintava. Então, acabava ficando uma coisa realmente forçada pro trabalho. E apesar de ter passado por muita descriminação a respeito disso, não
foi isso que me fez parar de abusar tanto. Foi minha própria percepção de que não tava certo. E desde então, não tive mais problemas, pois não me visto mais como antigamente. Pelo menos, não pra
ir trabalhar. rs


12 - Qual a sua opinião sobre TRABALHO/VISUAL?
Essa é uma questão que já discuti muito, e hoje em dia, tenho uma opinião um tanto quanto fechada a respeito: trabalho é trabalho. Não importa qual seja a sua "tribo", uniforme de trabalho é
uniforme. Não dá pra ficar indo que nem Priscila a Rainha do Deserto no trabalho. Não é lugar pra isso. Se meu cabelo comprido já incomoda alguns, embora eu ache isso uma babaquice, imagine então
você estar todo vestido pra guerra, trabalhando num hospital? Aqui no meu caso, é escritório. E tratando-se de uma cidadezinha tão interiorana, com habitantes tão sitiantes, não dá. Trabalho é
trabalho.


13 - Quais suas bandas preferidas?
Tem tanta banda que eu gosto. Que eu destaco entre tantas. É difícil dizer uma favorita. Eu arrisco dizer aqui uma: Xasthur. One-man-band de Los Angeles, formada por Malefic (Scott Connor). Uma
das MAIORES e PRINCIPAIS influências pra eu seguir em frente com meu projeto solo. A sonoridade que Malefic criava (sim, criava, pois ele encerrou o projeto em Junho de 2010) sempre me envolveu
de uma certa forma, que é inexplicável. Desde os primeiros albuns, que é praticamente impossível de se entender qualquer nota tocada, até o último album, que não tem uma guitarra com distorção.
Além de tudo, Malefic inseriu linhas de violoncelo em algumas faixas. E eu sempre adorei violoncelo, tanto que fiz aula e sei tocar um pouco. Então, Xasthur para mim, posso dizer, é uma das
minhas bandas preferidas.


14 - Quais bandas voce chamaria para um festival?
Bandas nacionais: Korzus, Krisiun, Claustrofobia, Torture Squad e Vulture (porque esses caras tão fazendo por merecer o lugar deles!!!)
Bandas internacionais: Dismember, Entombed, Bloodbath, Illdisposed e Behemoth. Pensando num festival bem PORRADA.


15 - Um ídolo:
Olha, passei um dia inteiro pensando em quem eu considero um ídolo para mim, e percebi que realmente, não tenho um ÍDOLO. Não só em relação ao Metal, mas no geral. Acho que tem pessoas que
são importantes e fazem muita diferença. Mas eu sou um tanto quanto contra idolatria. A partir do momento que você idolatra alguém, você o considera mais que você. E eu acho que ninguém
deve se sentir menos que alguém. Somos todos seres humanos. Nascemos, crescemos, aprendemos, vivemos e morremos no final.
Mas um exemplo bastante simples, para mim, é Nergal (Adam Darski), vocalista e guitarrista da banda Behemoth. Além de ótimo músico e escritor, um verdadeiro gênio, é também um grande guerreiro,
que recentemente venceu uma doença grave, a Leucemia. E já tá voltando a fazer show com a banda. Ele é um dos seres humanos que admiro. Mas ídolo, não.


16 - Uma música:
Xasthur - Soul Abduction Ceremony. Até hoje, lembro quando estava em SP, gravando a demo do Thy Blasphemy. Estava na cozinha comendo alguma coisa com Zé Pedro, baixista do Carpatus, sua mulher
e o guitarrista do Thy Blasphemy, Felipe (a banda consistia em apenas nós dois). Lá de fundo, eu ouvi uma música tocando. Mas foi uma coisa tão diferente que senti ao ouvir aquilo. Então, sai
caçando a origem daquela música. E no fundo da casa, no quarto deles, estava tocando num rádio esse som. Foi quando conheci Xasthur. A sonoridade dessa música me fez sentir totalmente vazio,
isolado em algum lugar longe de tudo e todos, atormentado, com todas trevas possíveis e imagináveis dentro de mim. Aquilo me deixou completamente aturdido. E desde então, toda vez que ouço
essa música (agora mesmo estou ouvindo), é uma sensação única, que só Malefic conseguia criar.


17 - Uma paixão:
Só pode falar uma? rs Bom, eu diria a música. Mas isso é algo tão óbvio, então vou falar de algo diferente.
Liberdade. E não digo na questão de liberdade de namoro ou coisa do tipo. Muito pelo contrário, nesse ponto, sou bastante antigo. Mas liberdade que digo, é de ser livre para ir onde eu quiser.
Fazer o que eu quiser. Obviamente, dentro dos parâmetros em que considero correto. Andar por lugares diferentes, ouvir os sons que eu quiser, escrever sobre qualquer assunto ou mesmo compor
o estilo de som que eu quiser. Ser livre das correntes da mente humana, que a sociedade impõe sobre todas as pessoas. Livre para sentar e ficar quieto no meu canto, ou puxar assunto sobre
seja lá o que for. Livre para respirar tranquilo, livre para ir e voltar sem precisar das satisfações. Independente de estar morando com alguém, namorando alguém, esperando alguém ou alguém
me esperando. Liberdade, que tem até um pouco a ver com meu signo, Aquário. É uma paixão na minha vida, pois é graças a ela que ultimamente, tenho feito coisas maravilhosas, incríveis. E que
se não fosse por ela, nada disso estaria acontecendo.


18 - O que você acha do Metal Moderno de Hoje em dia?
Sou um pouco suspeito para falar, porque eu gosto de muita coisa moderna. Não New Metal, mas METAL moderno mesmo. Acho que tem muita banda, com muito potêncial e idéias inovadoras. Muita coisa
boa que a gente pode tirar muito proveito. Mas o problema é que tem banda DEMAIS! E só existem hoje em dia, bandas que são descartáveis. Que as pessoas conhecem, começam a ouvir e logo trocam
para outra banda. E por já não ter mais o que inventar, surgem umas bandas com uma sonoridade bizarra. Quer um exemplo? PSYOPUS. Ouçam e vão entender do que estou falando. Eu simplesmente não
entendo como tem gente que GOSTA disso. É escroto demais.
Mas com relação ao metal moderno, tem muita coisa boa, que inclusive, eu gosto muito! Disturbed (que não é TÃO moderno, vem de 2000) é uma delas. Acho que é mais na questão de albuns novos.
Porque em geral, bandas que eu gosto, não são recentes. Já tem um certo tempo de estrada, mas os albuns novos que surgem por aí, eu gosto. Tem muita coisa boa. Mas infelizmente, isso gera
novas coisas extremamente inúteis.


19 - Você gosta ou ja ouviu White Metal?
White Metal é uma coisa absurda hoje em dia. Porque tem banda de White Metal fazendo MAIS barulho que Cannibal Corpse ou Krisiun! Betraying The Martyrs é um exemplo disso. Quer mais que isso,
um exemplo da nossa terra, o Ofina G3. Tem tanta coisa arregaçadora! E muitos já me recriminaram por ouvir. E eu digo: ouço mesmo. Independente da religiosidade ou da idéia religiosa do som,
a musicalidade que algumas bandas fazem, é incrivelmente foda. Virgin Black é um ótimo exemplo disso, que eu realmente gosto. Illuminandi. Mas também não é o estilo de som que eu MAIS ouço.
Tenho uma coisa ou outra. E admiro. Mas... ah, enche o saco, né? rs Você SENTE na musica a energia White Metal que querem passar, e acaba meio que me repelindo. Acho que tenho mesmo um
pézinho no inferno.


20 - Obrigado pela entrevista e esse espaço agora é todo seu para falar o que quiser:
Foi uma enorme honra pra mim fazer parte deste blog, que, assim como todos os trabalhos que o dono deste, é de muito respeito. Foi algo realmente gratificante para mim, e agradeço muito 
pela oportunidade. As pessoas daqui tem uma imagem muito errada de mim, e quem continua tendo, não faz diferença. Quem realmente é importante, inteligente e sabe não julgar o livro pela capa,
está comigo e vai continuar.
E nunca deixe que te digam o que é certo. Faça o que é certo PRA VOCÊ! Tenha voz. Sempre.
Valeu!


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