quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Entrevista com Ricardo Menezes





Abro espaço em meu blog para entrevistar meus amigos que vivem intensamente metal igual eu. É uma forma de poder homenagear grandes amigos que fiz ao longo desses 15 anos curtindo Heavy Metal e nada mais justo fazer algo para fortalecer ainda mais a cena do Metal Tatuiana e poder mostrar um pouco mais o dia a dia de como é ser Headbanger nesse País. A primeira entrevista é com uma pessoa polêmica na cidade, tem uma personalidade forte, muitas pessoas tem inveja dele outras o odeiam. Esse é meu amigo Ricardo Menezes.




1 - Quais são os motivos que levou a muita gente não gosta de você aqui na cidade de Tatuí? 
Você poderia me dizer?
Esse já é um antigo problema, mas que vem diminuindo com o passar do tempo. Começou há muito tempo, com brigas bestas por motivos idiotas. Por causa de estilo de som,
visual, amizades tortas. Por não conviver muito com o pessoal nas ruas, bares e tal, alguns me consideram como "falso". Que não curto som. Por ser um cara mais fechado e
reservado, não tenho costume de ficar muito em lugares públicos. Tive minha fase de moleque que vivia por aí, bebendo e tal (e quem não teve? Alguns tem isso até hoje),
mas com o passar do tempo, algumas coisas foram mudando para mim. E aquele estilo de vida foi perdendo um pouco a graça pra mim.
Eu tenho um lance de não curtir muito esse negócio de "irmão". Que muita gente vem trocar idéia com você (ainda mais depois de algum show), querendo ser seu amigão e uma
semana depois, já nem lembra quem você é. Então, essa história de ficar distribuindo sorrisos e simpatia pra todo lado não é muito comigo.
Educação é uma coisa. Falsidade já passa dos limites pra mim. Então, por ter um pensamento um pouco mais "radical", digamos assim, muita gente não gosta de mim aqui na cidade.
Mas foram muitas coisas que aconteceram na minha vida (inclusive com muitos "irmãos" do black metal, recentemente com mais um idiota desses) que me fizeram pegar realmente certo
desgosto em ter qualquer um que veste uma jaqueta/colete com patchs de bandas, como amigo. Até por causa de namorada, acredite se quiser.
E apesar de ser um pouco mais tranquilo com relação a isso, hoje em dia, ainda não consigo ter esse modo de viver. Simplesmente, não funciona pra mim.


2 - Sabemos que você passou algumas épocas escutando gothic, outras black metal, depressive entre outras. Qual a sua fase atual?
Acho que no momento, estou na fase mais eclética da minha vida. Eu ando escutando muita sonzera diferente. O Gothic eu ouço pouquíssimo hoje em dia. E não por desprezo ou por
achar ruim. Mas não se encaixa mais no meu cotidiano, nos meus pensamentos. Meu player tem em torno de umas 10 mil músicas. Boto no aleatório e vou variando muito. No entanto,
um estilo, que é novo para mim, tem se destacado muito, chamado Shoegaze. Provavelmente, muitos já devem ter conhecimento sobre o estilo, mas para quem não conhece, vou dar um
exemplo bastante conhecido: Alcest. Shoegaze trabalha uma linha de música muito suave, geralmente com violões, guitarras limpas, sempre retratando alguma perda, alguma dor muito
grande, isolamento e sentimentos do tipo. Porém, não me restrinjo a um estilo. Gosto de ouvir de tudo, para pegar diferentes influências. Até trilhas sonoras de alguns jogos, gosto
muito de ouvir. Trilhas sonoras de filmes. Depois de muita coisa pelas quais passei, conhecendo a fundo o que é estar na pior, voltei de tudo isso com uma mente bem mais ampla e aberta
para estilos musicais. Prefiro não me rotular como black, death, trash ou coisa alguma. Minha fase atual, é conhecimento. E tem sido, de todas, a que mais tenho desfrutado, pois tenho
conhecido MUITA coisa nova e me tem feito muito bem.


3 - Qual a sua opinião sobre o Satanismo?
Satanismo, é como qualquer outra religião. Tem seus momentos para cultuar, suas "regras", deveres e toda essa putaria das religiões. Quando bem mais novo, me interessava muito pelo
tema e pelo satanismo mesmo em si. Inclusive, na minha fase mais Black Metal (tempinho foda do capeta) buscava muito a respeito. Porém, assim como eu nunca me enquadrei em ficar
seguindo ordens, tendo que fazer isso e aquilo, em função de agradar um "Deus" nas igrejas, também não tive saco pra ficar nessa com o Satanismo.
Se me perguntam pra que lado eu vou: pra cima ou pra baixo, facilmente lhes digo que eu PENDO para baixo. rs Mas não faço disso a coisa mais importante na minha vida. Faço meu caminho,
sempre tomando as decisões que julgo corretas e melhores. E acho que é o mais certo a se fazer. Pois tem tanto idiota com uma bíblia debaixo do braço, indo pra igreja em domingo, mas
que hora ou outra, vai ali no bar encher a cara, vai dar uma puladinha de cerca com a vizinha baranga, ou no pior dos casos, vai lá e mata uma pessoa.
Exemplo muito simples disso tudo, é eu e meu irmão. O cara virou cazaca de religião, até estacionar como Testemunha de Jeová. Meu, o cara seguindo toda essa doutrina religiosa e tal faz 
muito mais merda na vida e no trabalho, do que eu, seguindo o que eu julgo correto, fazendo de mim, meu próprio Deus. Que acredito que todo ser humano deveria pensar de uma maneira 
parecida. Assim como qualquer outra religião, quando a pessoa se torna fanática, vira um porre. Satanismo é igual.


4 - Você é um dos melhores bateristas de Tatuí, gostaria de saber desde quando você toca e quais foram as suas influências?
Primeiro de tudo, fico realmente lisonjeado, muito embora não me considere nada disso. Temos vários outros grandes talentos na cidade, com os quais eu aprendo muito até hoje. Mas é uma honra.
Eu toco bateria desde que tinha 11 anos. "Ganhei" o primeiro kit da minha vida (digo "ganhei", porque uns anos depois paguei tudo que foi gasto) quando tinha 11 anos. Meu interesse pelo
instrumento já vinha de muito tempo atrás. Desde que estudei piano no conservatório aqui de Tatuí com 7 anos de idade. Chegou um ponto que simplesmente apertar as teclas do piano já não
resolvia mais pra mim. E comecei a querer bater nelas. rs Mas foi uma batalha pra conseguir esse kit, que por sinal, era um bem vagabundo de tudo, mas foi o pontapé inicial. Tive que
conversar, convencer, chantagear e tomar muito toco do meu pai pra ele finalmente comprar pra mim. Meu irmão queria tocar baixo, e ganhou o baixo e cubo. Meu pais quis tocar saxofone, foi lá
e comprou o sax. Só eu queria tocar bateria e não tinha o instrumento. Esse foi um dos argumentos mais fortes que usei e que deu muito certo. hehehehe Depois disso, fui eu mesmo me virando
com a bateria e as bandas.
Influências como baterista é algo bastante complicado de dizer. Porque peguei de influência tudo que eu ouvi no começo disso tudo, da minha "vida musical". Porque até então, eu só curtia.
A partir do momento que comecei a FAZER também, mudou muita coisa. Que eu me lembro de ter ouvido muito naquele tempo, foi Therion (o album Theli), Krisiun (sempre, né), Necromancia (a única
música que tinha deles, gravado numa fita VHS, porque não tinha esse acesso fácil pra conseguir mais material da banda), Samael (album Ceremony Of Opposities), Pantera (qualquer som deles),
uma banda argentina chamada Horcas (Muerto en la calle, lembro até hoje o nome da música) e claro, assim como para muitos, foi para mim também: Metallica. Lembro de ver aquele Lars tocando
e não ficando quieto no banco da bateria e eu ficava maluco também! Até que hoje em dia, quando toco, também não consigo ficar muito quieto no banco da batera. rs
Que eu posso dizer que me influenciaram lá no começo, acho que são essas bandas. Com o passar do tempo, muitas novas bandas surgiram para mim. Algumas novas bandas para mim, que de novas
não tinham nada. Fui conhecendo aos poucos. Você, assim como muitos sabem, apesar de ter ouvido muito, não tomo como influência os grandes nomes do metal, tal como Iron Maiden, Kreator,
Testament, Judas Priest, Saxon, Accept, entre outros. Apesar de respeitar e MUITO, nunca foram grandes influências para mim. Sempre procurei coisas diferentes. Fora do que as massas gostam.
E acho que esse também foi mais um motivo que se encaixaria na primeira pergunta desta entrevista.
E aproveitando que estamos falando disso, gostaria de deixar só uma mensagem:
"Other bands play... Manowar is gay!" Sim, eu DETESTO Manowar. Pra mim, um monte de homem de calça de couro, com a bunda de fora e que se intitulam "Kings of metal", não presta.


5 - Quais bandas você ja tocou e toca hoje em dia?
Será que eu lembro de todas?
Começando há 12 anos atrás (em ordem cronológica): 
One Way: Heavy Metal
Anorexia (essa nunca teve um nome definitivo): Somente covers dos clássicos do Heavy Metal
Asgard Spirits: uma banda que começou por todos serem amigos, e quase acabou em pancadaria rs, banda cover também
synchrony Seven: idéia de fazer covers de Lacrimosa entre outras bandas diferentes, mas o repertório acabou sendo o mesmo das outras bandas que já tinha tido
Overture: Power/Melodic Metal (apesar de odiar o estilo, aceitei o desafio, mas durou muito pouco)
Soturnia: Heavy Metal (essa banda me marcou muito)
Thy Blasphemy: Black Metal (um dos momentos mais fodas que já vivenciei)
Imopectore: Gothic Metal
Taenarius: Black Metal
VodkaJoe: Covers dos clássicos do Rock (Atual)
Pethallian: Heavy Gothic Metal (mais pra Heavy do que Gothic) (Atual)


E uma que tenho desde o início disso tudo, que se chamava Satan's Guide. Um projeto solo que eu tenho há anos, com 1 cd gravado. Recentemente, foi trocado de nome para: Soul's Guide.


6 - Algumas de suas atitutes na vida são baseadas pelo seu sentimento?
Posso dizer que a maioria das minhas atitudes são baseadas pelo meu sentimento. Apesar de hoje em dia tratar minhas atitudes com mais frieza e vendo com mais razão e menos emoção.
Eu costumo dizer que tenho um coração de poeta. Tudo que é bom, é ótimo. E tudo que é ruim, é péssimo. Os sentimentos amplificam tudo que se passa. E em certos momentos, torna-se impossível
não trazer isso pro dia-a-dia. Ouvindo uma música que me dá vontade de sumir e me isolar, ou alguma que me dá muita força. Isso sempre acaba influenciando na minha vida.


7 - Sabemos que você toca em uma banda chamada VODKAJOE de Rock/Pop. Existe algum preconceito por você fazer parte dessa banda dos seus inimigos e até amigos?
Com certeza, sim. O pessoal do VodkaJoe são meus amigos há muito tempo. Muito tempo mesmo. Mas, como é de praxe aqui em Tatuí as pessoas quererem cuidar da vida dos outros, sempre teve aqueles
que ficam com esses papinhos idiotas por eu tocar numa banda de Rock/Pop. Amigos não ligam muito. Só tiram sarro, por eu ser um cara totalmente Metal, cabeludo, com tatuagem e só ouvir as porradas
que ninguém da banda gosta. Eu já dei muita bola pra esses comentários idiotas dessas pessoas. Mas hoje em dia, não dou a mínima. Subo lá no palco, faço minha parte bem feita, curto com meus
amigos e já era.
Até festa de casamento nós temos tocado ultimamente. O Metal é algo que eu nunca vou abandonar. Jamais! Mas tocar ganhando bem, comer e beber a vontade e DE GRAÇA... ah, vale a pena tocar os 
pops, em vista de que tocar o som que gosto de fazer, só dá prejuízo. E mesmo assim, continuo. Com prejuízo ou sem. É a minha verdade. É o que eu sou. E isso eu nunca vou abandonar. Não importa
o quanto a outra opção me dê mais conforto e tranquilidade.


8 - Voce concorda que tem que tocar outros estilo para ganhar dinheiro?
Concordo que é VERDADE. Mas não que é CORRETO. Pois, apesar do cenário Metal no Brasil estar crescendo cada vez mais, ainda é lamentável a situação que muitas bandas tem que passar. Principalmente
nas cidades interioranas.
O que eu vejo é um monte de gente querendo "curtir", mas não querendo ajudar. Um monte de gente querendo encher a cara, e não realmente curtir um festival, um show. Isso é triste.


9 - Ja pensou em viver de banda?
Quem não gostaria? Até quem não toca instrumento algum, adoraria viver aquele sonho americano de viver de banda. Ganhar muita grana, fazer muitos shows, ter as gatinhas aos pés, dar autógrafos e 
todos os luxos dessa vida. Só que eles não sabem do duro danado que você tem que dar para viver disso. Ainda mais, vivendo aqui no Brasil. Não sabem que as vezes, você pode até ficar sem ter o que
comer! Do quão podre é por trás da glória e da fama. E principalmente, e isso conta muito pra mim, o fato da coisa que eu mais amo, que é música, se tornar trabalho. Obrigação. E a partir do momento
que vira TRABALHO, deixa de ter aquela magia e prazer em faze-lo. Então, eu até gostaria sim de fazer vários shows, turnês e tudo mais. Mas não sei se valeria a pena, por ter que conviver com todo
o lado podre e nojento da indústria da música.


10 - O que você acha da cena tatuiana de Metal?
Bom, sou meio suspeito para falar, pois não visito muito os lugares onde o pessoal se reúne ou se encontra por aqui. Pra mim, Tatuí é um pouco dividido. Tem grupinhos aqui e ali, que não se juntam
com o outro restante. Talvez agora me odeiem mais ainda, mas é a verdade que vejo da cidade onde moramos. O que eu vejo aqui da cena, é muita gente que confunde as coisas. Confunde curtir som com
fazer merda. Tem gente que veste uma camisa de banda e não sabe nada a respeito dela. Dar importância para isso é algo que eu já abominei. Mas em tratando-se da cena de uma cidade, isso é algo que
faz diferença. Eu já vivenciei cenas de gente mais velha que eu, cantando alguma música perto de mim, mas sem se quer saber a letra. Querendo mostrar que sabe do som, mas não sabe de verdade. O que
eu acho errado, pois se você não conhece, tudo bem. Ninguém nasce sabendo tudo. Mas me irrita gente que não sabe do que se trata o negócio, e quer pagar de foda pra cima dos outros. Já tive o
imenso prazer de zoar um idiota que veio querer me intimar de uma camisa de banda de black metal. Mas detalhe: a banda era minha. Nunca vou esquecer da cara do babaca chegando em mim e falando:
"Dahora, hein! Que que você curte deles?"
Isso sem contar algo que é muito comum por aqui, que é a pessoa na sua frente te cumprimentar, se fazer de seu amigo, mas virando as costas, te ataca, fala mal de você, 
de sua banda e por ai vaí. Isso destrói minha esperança nesta cidade, infelizmente.
Lógico que tem muitos por aqui que eu sei que vivem isso e lutam por esse ideal em comum. 
Junior (Jr Tekken Lord), Marcão, Camilo, Fernandão, você mesmo (Barba), Loiz, Rafael Monteiro, Marcelo Almeida, isso falando dos que eu conheço. Me arrisco a dizer que CENA MESMO, não tem aqui. 
Existem as pessoas. Mas cena... não.


11 - Você trabalha como Despachante e seu visual gera receio por parte do publico que vai ao seu estabelecimento. Como as pessoas reagem quando te veem? o Seu visual alguma vez atrapalhou o seu serviço?
Hoje em dia, até se assustam, mas é mais com a altura e com o tamanho do meu cabelo. rs Mas eu já tive sérios problemas com o meu visual em questão de trabalho. Porque antes eu pesava muito no meu
visual. Anéis, correntes, coturno, até as unhas eu pintava. Então, acabava ficando uma coisa realmente forçada pro trabalho. E apesar de ter passado por muita descriminação a respeito disso, não
foi isso que me fez parar de abusar tanto. Foi minha própria percepção de que não tava certo. E desde então, não tive mais problemas, pois não me visto mais como antigamente. Pelo menos, não pra
ir trabalhar. rs


12 - Qual a sua opinião sobre TRABALHO/VISUAL?
Essa é uma questão que já discuti muito, e hoje em dia, tenho uma opinião um tanto quanto fechada a respeito: trabalho é trabalho. Não importa qual seja a sua "tribo", uniforme de trabalho é
uniforme. Não dá pra ficar indo que nem Priscila a Rainha do Deserto no trabalho. Não é lugar pra isso. Se meu cabelo comprido já incomoda alguns, embora eu ache isso uma babaquice, imagine então
você estar todo vestido pra guerra, trabalhando num hospital? Aqui no meu caso, é escritório. E tratando-se de uma cidadezinha tão interiorana, com habitantes tão sitiantes, não dá. Trabalho é
trabalho.


13 - Quais suas bandas preferidas?
Tem tanta banda que eu gosto. Que eu destaco entre tantas. É difícil dizer uma favorita. Eu arrisco dizer aqui uma: Xasthur. One-man-band de Los Angeles, formada por Malefic (Scott Connor). Uma
das MAIORES e PRINCIPAIS influências pra eu seguir em frente com meu projeto solo. A sonoridade que Malefic criava (sim, criava, pois ele encerrou o projeto em Junho de 2010) sempre me envolveu
de uma certa forma, que é inexplicável. Desde os primeiros albuns, que é praticamente impossível de se entender qualquer nota tocada, até o último album, que não tem uma guitarra com distorção.
Além de tudo, Malefic inseriu linhas de violoncelo em algumas faixas. E eu sempre adorei violoncelo, tanto que fiz aula e sei tocar um pouco. Então, Xasthur para mim, posso dizer, é uma das
minhas bandas preferidas.


14 - Quais bandas voce chamaria para um festival?
Bandas nacionais: Korzus, Krisiun, Claustrofobia, Torture Squad e Vulture (porque esses caras tão fazendo por merecer o lugar deles!!!)
Bandas internacionais: Dismember, Entombed, Bloodbath, Illdisposed e Behemoth. Pensando num festival bem PORRADA.


15 - Um ídolo:
Olha, passei um dia inteiro pensando em quem eu considero um ídolo para mim, e percebi que realmente, não tenho um ÍDOLO. Não só em relação ao Metal, mas no geral. Acho que tem pessoas que
são importantes e fazem muita diferença. Mas eu sou um tanto quanto contra idolatria. A partir do momento que você idolatra alguém, você o considera mais que você. E eu acho que ninguém
deve se sentir menos que alguém. Somos todos seres humanos. Nascemos, crescemos, aprendemos, vivemos e morremos no final.
Mas um exemplo bastante simples, para mim, é Nergal (Adam Darski), vocalista e guitarrista da banda Behemoth. Além de ótimo músico e escritor, um verdadeiro gênio, é também um grande guerreiro,
que recentemente venceu uma doença grave, a Leucemia. E já tá voltando a fazer show com a banda. Ele é um dos seres humanos que admiro. Mas ídolo, não.


16 - Uma música:
Xasthur - Soul Abduction Ceremony. Até hoje, lembro quando estava em SP, gravando a demo do Thy Blasphemy. Estava na cozinha comendo alguma coisa com Zé Pedro, baixista do Carpatus, sua mulher
e o guitarrista do Thy Blasphemy, Felipe (a banda consistia em apenas nós dois). Lá de fundo, eu ouvi uma música tocando. Mas foi uma coisa tão diferente que senti ao ouvir aquilo. Então, sai
caçando a origem daquela música. E no fundo da casa, no quarto deles, estava tocando num rádio esse som. Foi quando conheci Xasthur. A sonoridade dessa música me fez sentir totalmente vazio,
isolado em algum lugar longe de tudo e todos, atormentado, com todas trevas possíveis e imagináveis dentro de mim. Aquilo me deixou completamente aturdido. E desde então, toda vez que ouço
essa música (agora mesmo estou ouvindo), é uma sensação única, que só Malefic conseguia criar.


17 - Uma paixão:
Só pode falar uma? rs Bom, eu diria a música. Mas isso é algo tão óbvio, então vou falar de algo diferente.
Liberdade. E não digo na questão de liberdade de namoro ou coisa do tipo. Muito pelo contrário, nesse ponto, sou bastante antigo. Mas liberdade que digo, é de ser livre para ir onde eu quiser.
Fazer o que eu quiser. Obviamente, dentro dos parâmetros em que considero correto. Andar por lugares diferentes, ouvir os sons que eu quiser, escrever sobre qualquer assunto ou mesmo compor
o estilo de som que eu quiser. Ser livre das correntes da mente humana, que a sociedade impõe sobre todas as pessoas. Livre para sentar e ficar quieto no meu canto, ou puxar assunto sobre
seja lá o que for. Livre para respirar tranquilo, livre para ir e voltar sem precisar das satisfações. Independente de estar morando com alguém, namorando alguém, esperando alguém ou alguém
me esperando. Liberdade, que tem até um pouco a ver com meu signo, Aquário. É uma paixão na minha vida, pois é graças a ela que ultimamente, tenho feito coisas maravilhosas, incríveis. E que
se não fosse por ela, nada disso estaria acontecendo.


18 - O que você acha do Metal Moderno de Hoje em dia?
Sou um pouco suspeito para falar, porque eu gosto de muita coisa moderna. Não New Metal, mas METAL moderno mesmo. Acho que tem muita banda, com muito potêncial e idéias inovadoras. Muita coisa
boa que a gente pode tirar muito proveito. Mas o problema é que tem banda DEMAIS! E só existem hoje em dia, bandas que são descartáveis. Que as pessoas conhecem, começam a ouvir e logo trocam
para outra banda. E por já não ter mais o que inventar, surgem umas bandas com uma sonoridade bizarra. Quer um exemplo? PSYOPUS. Ouçam e vão entender do que estou falando. Eu simplesmente não
entendo como tem gente que GOSTA disso. É escroto demais.
Mas com relação ao metal moderno, tem muita coisa boa, que inclusive, eu gosto muito! Disturbed (que não é TÃO moderno, vem de 2000) é uma delas. Acho que é mais na questão de albuns novos.
Porque em geral, bandas que eu gosto, não são recentes. Já tem um certo tempo de estrada, mas os albuns novos que surgem por aí, eu gosto. Tem muita coisa boa. Mas infelizmente, isso gera
novas coisas extremamente inúteis.


19 - Você gosta ou ja ouviu White Metal?
White Metal é uma coisa absurda hoje em dia. Porque tem banda de White Metal fazendo MAIS barulho que Cannibal Corpse ou Krisiun! Betraying The Martyrs é um exemplo disso. Quer mais que isso,
um exemplo da nossa terra, o Ofina G3. Tem tanta coisa arregaçadora! E muitos já me recriminaram por ouvir. E eu digo: ouço mesmo. Independente da religiosidade ou da idéia religiosa do som,
a musicalidade que algumas bandas fazem, é incrivelmente foda. Virgin Black é um ótimo exemplo disso, que eu realmente gosto. Illuminandi. Mas também não é o estilo de som que eu MAIS ouço.
Tenho uma coisa ou outra. E admiro. Mas... ah, enche o saco, né? rs Você SENTE na musica a energia White Metal que querem passar, e acaba meio que me repelindo. Acho que tenho mesmo um
pézinho no inferno.


20 - Obrigado pela entrevista e esse espaço agora é todo seu para falar o que quiser:
Foi uma enorme honra pra mim fazer parte deste blog, que, assim como todos os trabalhos que o dono deste, é de muito respeito. Foi algo realmente gratificante para mim, e agradeço muito 
pela oportunidade. As pessoas daqui tem uma imagem muito errada de mim, e quem continua tendo, não faz diferença. Quem realmente é importante, inteligente e sabe não julgar o livro pela capa,
está comigo e vai continuar.
E nunca deixe que te digam o que é certo. Faça o que é certo PRA VOCÊ! Tenha voz. Sempre.
Valeu!


Contatos de Ricardo Menezes:

FACEBOOK: http://www.facebook.com/profile.php?id=100001794776208
BLOG: www.ser-e-nao-ter.blogspot.com
MYSPACE: www.myspace.com/satansguide 
VLOG: - www.youtube.com/ocoisapreta

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Entrevista com Warfire









Hoje temos uma entrevista com uma das bandas promissoras do metal nacional que com pouco mais de 1 ano já esta entrando com os dois pés no peito e buscando o seu espaço no underground. Warfire banda da minha cidade Tatuí-Sp de Heavy Metal,  nessa entrevista eles falam sobre a banda, a proposta deles para o futuro da banda e quem sabe tornar realidade o sonho hoje em dia de todas as bandas independentes que é ir tocar no Wacken. Confiram!!



1 - Primeiramente obrigado pela entrevista e gostaria que vocês fizessem uma breve apresentação da banda, para o público headbanger poder conhecer mais a banda.
Somos a banda de heavy metal Warfire de Tatuí, interior de São Paulo, formada por Cerbo (bateria), Paul (baixo), Andrews e Gamba (guitarras) e Loiz (Vocais). A banda iniciou suas atividades em Março de 2010 e atualmente está lançando seu primeiro cd demo intitulado “It’s Time to War” que conta com 3 faixas: Bang Your Head, B.T.K. e Teutonic Pride.


2 - Como surgiu a idéia de montar a banda?
Loiz:  Bom, Andrews e eu sempre tivemos um projeto, somos amigos de infância, e desde os 13 ou 14 anos, tínhamos um projeto nosso (tínhamos um projeto antes de sabermos tocar, hehehe), há cerca de 2 anos, começamos um outro projeto  – que não deu certo – mas isso nos colocou “no circuito”. Um belo dia o Gamba entrou em contato comigo, perguntando qual era nossa situação, porque eles (Paul, Cerbo e o próprio Gamba) estavam tendo alguns problemas na banda deles... Trocamos umas idéias, combinamos algumas músicas e na mesma semana fizemos um ensaio... Apesar das idéias não terem batido de primeira, as músicas rolaram até que bem, decidimos fazer mais alguns ensaios, até que tomou forma de banda mesmo.


3 - Pelo pouco tempo de banda, vocês já participaram de alguns festivais e gravaram o primeiro EP no renomado estúdio Mr. Som do Heros e Pompeu ambos da banda Korzus. Vocês poderiam afirmar que as coisas estão indo rápidas para a Warfire?
Loiz: Sim e não, acho que as coisas estão dando certo porque nós corremos atrás, acho que estão indo mais rápido que o normal pra uma banda com 1 ano de história, mas sempre dá pra melhorar.


4 - Como foi o processo de composição das músicas?                                             
Loiz: No Caso da Bang Your Head, a composição foi toda do Gamba, ele já havia feito há algum tempo, faltava só uma banda com vontade de tocá-la! A B.T.K. e a Teutonic Pride, foram fruto de uma parceria minha e do Andrews, nesses dois casos ele trouxe os riffs, eu escrevi as linhas vocais e letras, e levamos pra banda ajustar. Claro que existem mais musicas, que não estarão no EP, mas que com certeza vão vir no álbum completo, mas de forma geral segue-se esse padrão.


5 - Recentemente foi liberada a primeira música de vocês chamada Bang Your Head e soa o mais puro Heavy Metal Tradicional lembrando a época da NWOBHM com forte influencia de Judas Priest. Gostaria de saber as suas influências e como foi à reação do público ao escutar esse primeiro petardo?
Loiz: Bom, eu não acho que soe tão tradicional heheheh, acho que soa mais pra um Heavy/Thrash, que pra um Heavy metal purista... Agradeço a comparação com o Judas Priest, que é uma grande influencia de todos nós, mas acredito que a banda não tenha uma influencia específica, é mais um Mix de tudo que todos escutamos, é claro que somos muito influenciados por bandas da NWOBHM, mas não só por elas... Quanto à reação do público, esta realmente nos surpreendendo, não esperávamos isso tudo.


6 - Como foi trabalhar com Pompeu e Heros? Muitos Puxões de orelha? (risos)
Loiz: Alguns, hehehe, entretanto, já sabíamos que iriam ocorrer, escolhemos gravar num dos melhores estúdios do País, com caras que tem de carreira o que eu tenho de idade, justamente pra aprender tudo que fosse possível. Saímos músicos melhores do estúdio, disso não tenho duvida.



7 - A ideia é gravar o Debut também no Mr. Som ou de momento estão pensando em apenas divulgar as 3 músicas do Ep, para mostrar que a Warfire veio para ficar?
Loiz: As duas coisas... Temos idéia de gravar o debut lá mesmo, no ano que vem. E sim, já gravamos num estúdio de peso, com esse intuito, a Warfire esta ai e vai ficar por muito tempo.


8 - Qual o espaço da Warfire na cena metálica nacional?
Loiz: Acho meio prematuro pra falar, é uma banda muito nova, com apenas 1 ano de estrada, e apenas três músicas gravadas, e colocaria a Warfire como uma banda emergente, que esta bem longe do seu limite.


9 - Um dos projetos futuros da Warfire é participar da seletiva para o Wacken, o Metal Battle?
Loiz: Não sei se já estamos preparados... Mas estamos trabalhando duro, semana a semana pra isso. Se nos inscrevermos, e viermos realmente a participar do Metal Battle, gostaríamos de ter chances reais de “trazer o caneco pra casa” participar por participar, não é legal. Mas sim, é um dos projetos futuros da banda.


10 - Na sua opinião, é difícil viver só de banda aqui no Brasil?
Loiz: Não é difícil, é impossível. Você tem bandas como Korzus, Angra, entre outras e nenhuma se dedica TOTALMENTE a tocar com a banda, todos os músicos tem projetos paralelos, além de vídeo-aula, workshops, estúdios e etc. É possível viver só de música, mas impossível viver só da banda.


11 - Como esta sendo os shows da Warfire, como nos festivais em São Paulo e Piedade que vocês foram tocar, a reação do público correspondeu as expectativas de vocês?
Loiz: A perspectiva de tocar na capital é diferente, os ambientes estão acostumados a receber bandas internacionais, com anos e anos de história, nós sempre soubemos disso, entretanto, a reação do público foi muito boa, aliás, vem sendo em todos os lugares que tocamos e somos muito gratos ao público que dispõe do seu tempo pra nos assistir.


12 - Quais os temas abordados nas músicas da Warfire?
Loiz: Depende muito de quem escreve as letras, diferentemente de algumas bandas, onde só o vocal escreve as letras, nós revezamos isso... Claro que eu tenho liberdade pra mudar algo, se achar melhor, mas de certa forma é bem positivo pra que não fiquemos bitolados. Os estilos de composição são bem distintos, o Gamba é mais tradicional, gosta de escrever sobre temas bem conhecidos da galera, eu procuro escrever sobre coisas que vivo no dia-dia, ou sobre historia e Militaria que tenho como Hobby há muitos anos, o Andrews segue uma linha parecida, portanto não seguimos nenhum preceito, só escrevemos o que temos vontade naquele momento.


13 - Como vocês avaliam a cena do Metal Tatuiano?
Loiz: Depois do início do metal strike, as coisas melhoraram bastante, era impensável a 4 anos atrás, que houvessem perspectivas de trazer gigantes do metal nacional pra cidade, hoje em dia é mais palpável. Gostaria que as demais bandas estivessem mais ativas, ajudaria a cena a crescer, e indiretamente nos ajudaria também, visto que todas as vezes que visitamos outras cidades, levamos o nome de Tatuí conosco, se outras bandas fizessem o mesmo, seria bem legal pra todos.


14 - Qual a maior dificuldade de fazer Heavy Metal aqui no Brasil?
Loiz: O estilo é marginalizado, e a coisa toda é manipulada... O Brasil é um pais colonizado, a sua cultura depende e sempre dependeu de influências de terceiros. Normalmente se diz que Metal é coisa de Inglês, americano e etc, mas o que o governo e a grande mídia apóiam como estilos genuinamente brasileiros foram trazidos e moldados por imigrantes, sobretudo a herança cultural Africana. Acho hipócrita segregar Heavy metal por ser algo de “gringo” e criar ONG de apoio a Rappers e Pagodeiros. Acho que talvez tenha haver com postura política, outros gêneros musicais são apolíticos, heavy metal é extremamente politizado, por isso o Headbanger incomoda tanto.


15 - Pensando alto, como vocês imaginam a Warfire daqui 10 anos?
Loiz: Sei lá, hehehehhe


16 - Vocês estão procurando alguma parceria para o lançamento do Ep e de um futuro CD ou vão deixar as coisas fluírem naturalmente?
Loiz: Pro EP não, o EP será independente, já estamos bem encaminhados em relação a isso. Num futuro CD, aceitaríamos conversar com pessoas que se interessassem em serem parceiras da Warfire, entretanto se não houver, gravaremos assim mesmo. Confiamos plenamente no caminho que estamos seguindo.


17 - A produção da música Bang Your Head esta fantástica, ficou um som potente, limpo, Pesado, matador sem perder nada para as bandas gringas. Hoje em dia a qualidade de gravação e material pode contar pontos a favor de um futuro promissor?
Loiz: Com toda certeza, é aquela coisa... Se nem você investe na sua música, quem vai investir?


18 - Obrigado pela entrevista e esse espaço é de vocês poderem falar sobre o futuro da banda, mandar uma mensagem para os fãs e os futuros fãs que a banda vai conquistar merecidamente com o tempo.
Loiz: Obrigado pelo espaço, obrigado a todos que nos apóiam. E é isso ai!




Site: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?origin=is&uid=18324380923429746801


Contato: warfire_oficial@hotmail.com


Facebook: http://facebook.com/warfire.tatui.brazil

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Entrevista com Bywar


Enrico Ozio (drums), Helio Patrizzi (bass), Adriano Perfetto (guitar and vocal) and Renan Roveran (guitar)


























Para começar o blog Heavy Metal Interviews nada melhor que uma das mais respeitadas bandas de Thrash Metal do Brasil, estamos falando do Bywar. Banda que vem mantendo a chama dos anos 80 até hoje com 3 álbuns lançados e o quarto esta acabando de sair do forno. Entrevistei o Guitarrista e meu amigo particular Renan Roveran e ele fala sobre a trajetória da banda, shows, vida pessoal e claro do CD novo intitulado Abduction. Confiram e espero que gostem.


HMI - Obrigado Renan por fazer essa entrevista online e durante o seu horário de serviço (risos). Abduction vai ser o 4º álbum da carreira do Bywar, chegou a hora de conquistar o Brasil e mostrar que o Thrash Metal esta cada vez mais forte?
Renan Roveran: O Brasil possui algumas das melhores bandas de Thrash Metal da atualidade. Temos orgulho de fazer parte do grupo de bandas que representa nosso país, mostrando que apesar de ser totalmente contra a cultura musical do Brasil e não fazendo um estilo de música comercialmente visado, ainda assim temos headbangers seguidores fiéis às bandas que temos aqui. Enquanto isso existir, continuaremos tocando,gravando e lutando. 


O Bywar teve em Heretic Signs a participação especial de Frank Godszik (ex Kreator, Sodom). No novo álbum Abduction terá alguma participação especial?
Renan Roveran: Estas participações são sempre legais. No caso do solo do Frank na música At Trance with Metal do Heretic Signs, foi, além de uma participação muito legal, uma honra para o Bywar. Ele certamente é um ícone do Thrash Metal europeu e para nós do Bywar isso significa muito.
Tivemos também a honra de contar com a participação de Sataniac em nossa homenagem prestada ao grande Desaster.
Mas apesar de ser muito legal este tipo de coisa, geralmente costumam ocorrer de forma imprevista, o que torna uma surpresa, sempre agradável. Para o Abduction tivemos a participação de alguns amigos (Marcos Cerutti e Wolf War Master) e o próprio Brendan em alguns backings. Se tiver que ocorrer será como disse acima, de forma inesperada.


Quais são as expectativas para o novo álbum Abduction que será lançado esse ano pela Mutilation Records?
Renan Roveran: Em termos de sonoridade nada diferente do que sempre fizemos. A sonoridade é Bywar. Claro que há amadurecimento de um disco para o outro. As músicas possuem bastante melodia aliada ao nosso som direto. A fórmula de sempre, de modo, acredito, ainda mais coeso no que diz respeito à banda como um todo.


Como esta sendo o trabalho feito pela Mutilation Records?
Renan Roveran: É bem legal trabalhar com o Tulula e a Mutilation.
Será nosso primeiro trabalho com lançamento exclusivo com a Mutilation, porém já tivemos o lançamento do split Thrashing War com o Witchburner, lançado por este selo.
É simples: Expomos como desejamos trabalhar e ouvimos a contra-parte.

Chegamos a um consenso e firmamos os pontos. Nada imposto e sem flexibilidade.

É assim que desejamos trabalhar e por isso fechamos com a Mutilation.



Como foi o processo de composição das músicas do Abduction? Qual parte você gosta mais de fazer as letras ou os riffs?
Renan Roveran: Basicamente trabalhamos da mesma forma como ocorreu no Twelve Devil´s Graveyards, porém com algumas características um pouco diferentes.
Geralmente a parte musical parte de mim ou do Adriano, até pela facilidade em compormos a partir da guitarra. Apresentamos a estrutura da música um ao outro e depois ao Enrico e Hélio, para que alguns arranjos sejam revisados, se necessário.
Porém em alguns sons trabalhamos de forma diferente. Houve músicas as quais eu compus a letra e mandei para o Adriano que criou a melodia a partir da letra e então fechamos o som posteriormente. Houve também casos em que no ensaio, nós quatro reunidos fomos formulando a estrutura da música, pouco a pouco, até terminarmos a música os quatro juntos.
Neste disco haverá uma música também a qual sua composição inteira foi concebida pelo Enrico, assim como a letra.
Eu gosto de compor tanto a parte musical quanto a lírica, mas ainda acho mais emocionante criar os riffs, afinal de contas sou guitarrista.


O álbum Abduction esta prestes a ser lançado, desde o inicio da criação das músicas novas, dos ensaios, das horas em estúdio, como você avalia todo esse processo?
Renan Roveran: É cansativo, estressante, demorado, trabalhoso, porém excelente. Acho que é combustível para nossas vidas.
Acompanhar tudo desde o zero até o momento de seu lançamento.
Participar e criar todo esse processo.
Não me imagino sem isso mais.


Pudemos ouvir um trecho de uma música nova no teaser que o Bywar liberou. Pude notar que manteve aquela pegada tradicional do Bywar e com uma qualidade de gravação muito boa. Na sua opinião esse vai ser o melhor álbum do Bywar?
Renan Roveran: Certamente, sim.


Qual a data prevista para o lançamento de Abduction?
Renan Roveran: Entre Setembro e Outubro deste ano.


Após o lançamento de Abduction, existe alguma possibilidade de ser lançado fora do Brasil também? E como são os contatos de fãs do Bywar de outros países?
Renan Roveran: Acredito que posterior ao lançamento no Brasil, pensaremos em algo do tipo sim, cara.
Temos, felizmente, bastante contato com bangers que apreciam nosso som lá fora. Principalmente Europa.
É gratificante este tipo de feedback.


Após o lançamento de Abduction vocês pretendem fazer uma turnê pelo Brasil?
Renan Roveran: Não há planos para este tipo de turnê, por enquanto. Buscaremos tocar em todas as regiões do país com certeza, mas ainda não temos nada programado em termos de turnê. Não ainda.
Mas muito provavelmente rolará uma “tour” européia ano que vem, durante o verão do hemisfério norte.


Existe alguma possibilidade de um lançamento em Dvd do Bywar? Já que o Bywar tem muitos fãs pelo Brasil e seria um material inédito para a banda e um super presente para os fãs.
Renan Roveran: Temos o desejo de promover um DVD para o Abdcution.
Ainda temos que buscar acordar algo com a gravadora e tudo o mais, mas isso ficará para após o lançamento.


No começo do ano passado, o Bywar fez um show em Fortaleza/CE. Como foi a reação dos fãs do nordeste em relação ao show?
Renan Roveran: Foi nossa primeira apresentação no Nordeste.
Depois de anos de muita expectativa de nossa parte, conseguimos chegar até lá (risos).
A galera de lá é excepcional. Headbangers enfurecidos e sedentos por Thrash Metal.
Créditos também para os organizadores Gino e Emydio.Trabalho profissional demais e muito respeito.Felizmente voltamos ao Nordeste do país em Setembro do mesmo ano para um show em Campina Grande e outro em Natal. Foi Excelente.


Sabemos que o Bywar fala sobre guerra, metal, ufologia e paranormalidade. Existe alguma possibilidade de compor uma musica como tema Mitologia Nórdica?
Renan Roveran: Há um som chamado Ragnarök em homenagem à mitologia nórdica. O Hélio e eu gostamos muito de ler sobre este tipo de mitologia.


Estamos vendo o ressurgimento dos discos de vinil e muitas bandas estão relançando seu catálogo neste formato. Abduciton poderá sair também em vinil?
Renan Roveran: O nosso terceiro trabalho “Twelve Devil´s Graveyards” foi lançado no formato LP na Alemanha. Existe sim a possibilidade de lançarmos todos nossos trabalhos neste formato.



Várias bandas tem canções em português como o Azul Limão, Vulture, Selvageria, Claustrofobia entre outras. O Bywar nunca se interessou em fazer músicas cantadas em português?
Renan Roveran: Nunca pensamos em compor algo em português.


Como você vê a cena nacional e internacional do Thrash Metal hoje em dia como o Violator, Selvageria, Municipal Waste, Warbringer, entre outras? Acha que o Bywar influenciou algumas bandas também?
Renan Roveran: Thrash Metal é uma das vertentes do Heavy Metal e com certeza é o estilo que mais aprecio dentro deste universo. É sempre excelente saber que existem bandas que seguem este estilo, saber que existem headbangers que irão acompanhar os shows destas bandas, que haverá selos que darão atenção a estas bandas, etc.
Sempre fui a favor do surgimento de novas bandas, algumas delas vi nascer, infelizmente algumas acabam e outras seguem cada vez mais fortes, como o próprio Violator que citou.
Me orgulho deles por serem músicos excepcionais, pessoas maravilhosas e amigos.
Quanto a achar que o Bywar pode ter sido direta ou indiretamente banda influenciadora do Thrash Metal no Brasil, posso dizer que foi para mim.
Foi a primeira banda que vi fazer o Thrash Metal com uma sonoridade que remetia ao Old School em São Paulo, quando ainda era um seguidor da banda.
Claro que isso é uma honra para o Bywar e honra maior ainda é estar entre excelentes bandas do estilo no país.


Começo de carreira é algo complicado, e geralmente traz situações embaraçosas. Você se lembra, neste sentido, de algum fato marcante no seu ínico no Bywar?
Renan Roveran: Minha primeira apresentação com a banda foi em Apiaí/SP. Subi ao palco para fazer uma participação durante a apresentação da banda que tocou antes de nós. Após cantar a música pulei do palco (Stage Dive), mas ninguém me segurou. Eu cai no chão e quebrei o pé direito. Tive que fazer minha primeira apresentação com o pé quebrado sem poder encostá-lo no chão (rs...rs...rs...)


Renan, o que você tem ouvido ultimamente?

Renan Roveran: Nunca me prendi a ouvir somente um estilo de música. Claro que me limito ao mundo do Rock. Felizmente tenho uma grande quantidade de CD´s, LP´s e K7´s.
Ouço música sempre que possível e isso ocorre diariamente. Seja no caminho ao trabalho, no trabalho, em casa, quando vou dormir.
Meu gosto vai desde as clássicas bandas dos anos 70 as quais sempre foram minhas maiores influências o que é uma herança de minha família, até as poderosas bandas de Death Metal que tanto gosto.
Eu sempre busco escolher alguns CDs da minha coleção para ouvir durante um período.
Faço isso sempre.
Nos últimos tempos andei ouvindo bastante os últimos lançamentos que me agradaram muito, como o último do Fear Factory, do Accept, Deicide, Hypocrisy, Artillery, Overkill, dentre outros lançamentos recentes dos quais gostei muito.
Ouço Black Sabbath todos os dias de forma religiosa e ando ouvindo bastante minha coleção do Metal Church e Witchfinder General.


E na sua opinião qual é o melhor albúm do Black Sabbath?

Renan Roveran: Na minha opinião, Sabbath Bloody Sabbath. Melhor e mais importante álbum na minha vida musical.


Renan, os fãs quererm saber a sua opinião sobre as bandas de Thrash Metal que influenciaram. Por favor um breve comentário sobre algumas bandas (Metallica, Megadeth, Testament, Exodus, Kreator, Sodom, Destruction, Whiplash, Slayer):

Renan Roveran: Não me sinto muito confortável com o termo “Fã”, prefiro seguidores do Bywar, mas vamos comentar as bandas que citou:


Metallica: Uma de minhas maiores influências. Banda que marcou minha infância e adolescência. Um ícone.

Megadeth: Lição de genialidade. Quem nunca quis compor como Dave Mustaine?

Testament: Uma das bandas que mais gosto dentre tudo o que ouço. The New Order está no meu “top 10”.

Exodus: Maior dupla de guitarristas do Thrash Metal. Gary Holtz e Rick Hunolt. Gosto também do material mais recente.

Kreator: Meu primeiro CD (não LP) de Thrash foi o Terrible Certainty. Uma banda que faz parte da minha história com o Thrash Metal.

Sodom: Na primeira apresentação que fiz ao vivo com uma banda na minha vida, toquei um cover de Sodom. Curto muito Sodom.

Destruction: Está ao lado do Testament dentre as bandas que mais gosto. Grande influência sempre.

Whiplash: Uma daquelas bandas que torna o mundo um lugar melhor para se viver após ouvir sua música pela primeira vez (rs...rs...rs).

Slayer: Preciso mesmo falar do Slayer? Se me perguntarem qual é a banda com o som mais pesado do mundo, dentre tudo o que existe direi: Black Sabbath. Mas se me perguntarem qual é a banda mais agressiva do mundo dentre todas as outras, direi que é o Slayer. Reign in Blood também está no meu “top 10”.


O Bywar esta prestes a completar 15 anos de carreia. Após esses anos, o que o Bywar significa para você?
Renan Roveran: Eu não faço parte da banda desde o início da sua existência, na verdade estou no Bywar metade deste tempo, porém isso não diminui em momento algum o meu sentimento pela banda. O Enrico e eu costumamos dizer que tratamos a banda como se fosse alguém, muito mais do que algo do que fazemos parte. Sabemos que cada um tem sua importância individualmente para a banda, mas parece ser algo maior que isso.
O Bywar é parte de nossas vidas e uma parte muito importante. Não passo um dia sem pensar no Bywar, sem ansiar por ensaios, shows, gravações, e todas as coisas relacionadas à banda.
Este período que estamos passando aguardo pelo lançamento do novo disco, é bastante angustiante por nossa ansiedade e tudo o que passamos em sua pré-produção é muito legal e bastante empolgante.
Pensar em como deveria ser a capa, quem faria a arte gráfica, tudo em que trabalhamos para os detalhes técnicos da gravação, os prazos que mudam, onde tocaremos para divulgar o disco.
É bem legal viver isso. O Bywar tem sua história nestes mais de quinze anos de existência, e com certeza faz parte da história da vida de cada um de nós.


Além de todo o trabalho com o Bywar, o que vocês costumam fazer na vida fora da música?
Renan Roveran: Todos temos uma vida profissional extra-Bywar.
O Enrico é Gerente da área comercial de uma multi-nacional, o Hélio é professor de Fotografia em uma Faculdade, o Adriano trabalha em uma Fábrica de Equipamentos para Gerador de Energia Eólica e eu Coordeno uma equipe de Planejamento de Manutenção Aeronáutica em uma empresa de linhas aéreas, área com a qual trabalho há 13 anos.


O você acha de um Big 4 Thrash Metal formado por: Sepultura, Korzus, Violator e Bywar? Thrash da velha e da nova geração? Acha possível acontecer isso algum dia?
Renan Roveran: Adoraria dividir palco em um único evento com essas bandas, mas consideraria presunção demais chamar de “Big 4”.
Temos mais de 4 grandes bandas em nosso underground.
Não gosto do termo.


Quais são as expectativas do Bywar para esse final de ano e começo de 2012?
Renan Roveran: Fazer barulho pra cacete! (risos)


Obrigado Renan pela excelente entrevista, estamos todos esperando mais um clássico do Bywar e do Thrash metal. Por Favor deixe um recado para os fãs do Bywar.
Renan Roveran: Eu que agradeço a ti Wagner, meu amigo de longa data,  pela dedicação de sempre ao Underground nacional e a todos os headbangers que valorizam a cena.
Um grande abraço a todos.
Nos vemos pelos rolés de som, sempre.
Drink till the last drop but always keep your glasses full!!”





Brazilian Thrash Metal Band

Contato: 666@bywarthrash.com

facebook.com/bywarthrashers

twitter.com/bywar

myspace.com/bywar